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Cientistas criticam ativistas por furto de beagles

Sociedades de Biologia Experimental pedem punição de invasores. Ministro da Ciência diz que atitudes "marginais à lei" não podem ser toleradas

Por Felipe Frazão 23 out 2013, 17h19

A Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE) publicou um manifesto em repúdio à invasão de ativistas e ao furto de 178 cães da raça beagle no Instituto Royal, em São Roque (SP), na madrugada da última sexta-feira. A entidade cobrou punição aos ativistas que levaram os animais e afirmou que o Royal faz pesquisas relevantes sobre medicamentos e produtos e segue as normas estabelecidas no país. Para a direção da FeSBE, só o obscurantismo explica a atitude dos invasores.

“Na segunda década do século XXI, não é mais possível que atitudes como essa, só explicáveis pelo obscurantismo que ainda domina grupos minoritários de nossa sociedade, sejam toleradas, em qualquer nível”, diz o manifesto da FeSBE, distribuído nesta terça-feira pela diretoria aos cientistas. “Destruir um patrimônio desses ou impedir que a instituição continue a fazer essas pesquisas implica inclusive em desrespeito aos próprios animais.”

Assim como a federação, o ministro de Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp, defendeu as pesquisas do laboratório e afirmou que os ativistas agiram “fora da lei”. “Ninguém deve se precipitar dessa forma. Tem de respeitar a lei em primeiro lugar”, disse nesta quarta-feira. “Iniciativas marginais à lei é que não podem ser toleradas.”

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O ministro disse que o Conselho Nacional de Controle da Experimentação Animal (Concea) não registrou irregularidades na atuação do Royal. A federação também acrescentou que o instituto alvo da ação de ativistas segue padrões internacionais e realiza pesquisas “de elevada relevância no desenvolvimento de medicamentos e outros produtos”. Raupp disse ser favorável a testes em animais “enquanto forem necessários”.

“Se os especialistas da área acham que não é possível fazer de outro modo uma determinada pesquisa, desenvolver um novo medicamento contra o câncer, para cosméticos, para o que for, se for necessário sou favorável ao uso de animais. Não tenho nenhuma posição ideológica ou fundamentalista sobre esse assunto. A minha posição é objetiva em função dos interesses das pesquisas no País”, disse o ministro.

Leia a íntegra do manifesto da FeSBE:

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A Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE) vem a público expressar o seu repúdio à invasão, depredação e furto qualificado de animais de experimentação do Instituto Royal, em São Roque. Na segunda década do século XXI, não é mais possível que atitudes como essa, só explicáveis pelo obscurantismo que ainda domina grupos minoritários de nossa sociedade, sejam toleradas, em qualquer nível. O referido Instituto segue normas técnicas e éticas do Conselho Nacional de Controle da Experimentação Animal (CONCEA), além dos requisitos de outros organismos nacionais e internacionais, conduzindo pesquisas de elevada relevância no desenvolvimento de medicamentos e outros produtos, fundamentais tanto na saúde humana como animal! Assim, destruir um patrimônio desses ou impedir que a instituição continue a fazer essas pesquisas implica inclusive em desrespeito aos próprios animais. A Lei 11794, ou Lei Arouca, rege as pesquisas com animais no Brasil, e deve ser respeitada como as outras leis que regem todas as nossas atitudes diárias como cidadãos.

Transgressões eventuais da Lei Arouca devem ser punidas com todo o rigor da Lei; depredações, vandalismo, roubo e bloqueio dos direitos de outros também devem ser punidos com o mesmo rigor, dentro do Estado de Direito em que vivemos. Qualquer postura diferente dessa significa o afastamento do Estado de Direito, com as óbvias consequências que daí podem advir.

A FeSBE, como representante de sociedades científicas ligadas à biologia experimental, apoia e sempre apoiará as pesquisas científicas conduzidas dentro dos princípios científicos e éticos, que são de domínio público, incluindo os que regem a experimentação animal. A sociedade em geral quer uma melhor qualidade de vida, quer que a expectativa de vida aumente e quer que a saúde animal evolua no mesmo ritmo. A pesquisa científica tem respondido a essa demanda, mas é preciso que o obscurantismo seja erradicado do nosso meio para que a sociedade possa usufruir dos recentes avanços científicos e dos que ainda serão produzidos nos próximos tempos.

(Com Estadão Conteúdo)

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