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Câmara do DF terá CPI da Arapongagem

VEJA mostrou como Casa Militar do governador Agnelo acessou dados de opositores, jornalistas, promotores e até do vice-governador

Por Gabriel Castro
17 abr 2012, 21h25

A Câmara Legislativa do Distrito Federal decidiu nesta terça-feira criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar relatos de que o governo do petista Agnelo Queiroz patrocinava a espionagem de adversários e até aliados. Todos os 24 parlamentares apoiaram a criação da CPI da Arapongagem. Nesta quarta-feira, uma comissão de deputados distritais vai se reunir para definir o texto de criação da Comissão.

VEJA mostrou que dois sargentos subordinados à Casa Militar do governo acessaram dados pessoais de mais de vinte pessoas no Infoseg, o sistema do Ministério da Justiça que guarda informações sobre cada cidadão brasileiro. Entre os monitorados, estão o deputado federal Fernando Francischini (PSDB-PR), o promotor Wilton Queiroz e o vice-governador do Distrito Federal, Tadeu Filipelli (PMDB).

Investigação – A decisão dos deputados distritais é expressiva em uma assembleia na qual apenas quatro parlamentares fazem oposição ao governador Agnelo Queiroz. “As informações preocuparam os deputados. Vamos investigar não só o monitoramento de parlamentares, mas também de jornalistas, promotores e outras autoridades”, explica o deputado Chico Leite (PT). “A CPI é algo muito importante. As denúncias são pesadas”, diz Celina Leão (PSD), que faz oposição ao governo distrital e pediu a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito.

Outro pedido de CPI, entretanto, continua adormecido na Casa: o que cria uma comissão para investigar as relações da máfia de Carlinhos Cachoeira com o governo do Distrito Federal. São necessárias oito assinaturas. Até agora, sete foram recolhidas. A diferença é que, no caso da arapongagem, os deputados estão pensando na auto-proteção: “Todo mundo tem medo de ter tido o sigilo invadido”, diz Celina.

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A Câmara Legislativa do Distrito Federal tem uma longa tradição de CPIs fracassadas; nem o maior escândalo da história da política local, o Mensalão comandado por José Roberto Arruda, resultou em uma investigação concreta da assembleia local. É contra esse histórico desabonador que os parlamentares locais vão precisar lutar.

Apesar de dispor de uma base de apoio avassaladora, Agnelo Queiroz tem começado a sentir os efeitos da grave crise ética enfrentada pelo seu governo. Partidos tradicionalmente aliados, como o PDT e o PSB, têm recuado da postura de apoio ao petista. O PPS pode romper oficialmente com o governo na semana que vem.

Moção – Os deputados distritais também devem aprovar uma moção pedindo a saída do chefe da Casa Militar do governo, o coronel Rogério Leão, Chefe da Casa Militar de Agnelo. O texto foi proposto pelo deputado Paulo Roriz (DEM). O episódio relatado por VEJA confirma o que alguns parlamentares suspeitavam: o de que Leão monitorava ilegalmente autoridades locais.

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