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Balas perdidas matam adolescente em favela da Penha e deixam pelo menos 10 feridos

Rosângela tinha 14 anos. Já são 22 os mortos em confrontos entre a PM e traficantes

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 nov 2010, 18h43

“Vocês têm que saber que na favela não tem apenas bandidos, tem gente do bem”, gritou o pai da jovem morta

O novo capítulo da guerra do Rio começou a mostrar, nesta quarta-feira, seus efeitos mais trágicos. Entre os mortos no confronto, está a menina Rosângela Barbosa Alves, 14 anos, atingida por um tiro nas costas. No momento em que foi atingida, a adolescente dentro de casa, de frente para o computador, na favela do Grotão, no Complexo da Penha, zona Norte. A polícia ocupava esse conjunto de favelas desde o início da tarde desta quarta-feira.

Na Penha, foram registradas outras duas mortes. Dez pessoas foram feridas por balas perdidas, segundo informou a Secretaria Estadual de Saúde. Entre os feridos há uma adolescente de 16 anos, baleada nas costas e internada, em observação, no Hospital Getúlio Vargas.

O pai de Rosângela, desesperado, gritava em frente ao hospital. “Vocês têm que saber que na favela não tem apenas bandidos, tem gente do bem”. Depois, ele bateu palmas para policiais, a quem deu os parabéns de forma irônica. “Isso é resultado da operação de vocês. Mais uma inocente morreu”, protestou.

De acordo com o relações públicas da PM, coronel Lima Castro, é possível que outras pessoas morram durante as operações. “Infelizmente, pode acontecer de pessoas inocentes acabarem sendo atingidas. Em uma operação como essa de hoje, com 27 incursões em favelas, isso pode acontecer. Mas entendemos que estamos dando a resposta certa”, disse o oficial.

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O balanço divulgado pela PM no final da tarde desta quarta-feira computava 21 mortos desde o início das operações, dos quais 13 no dia de hoje – os números não incluiam Rosângela. Ao longo da quarta-feira, foram incendiados 11 carros, uma van e cinco ônibus. O total de carros incendiados desde o início dos ataques é de 26.

Na lista de vítimas de balas perdidas informada pelo Hospital Getúlio Vargas, constam os seguintes nomes: Álvaro Lopes, 81 anos, baleado de raspão no braço direito; Romário Marques, 40, atingido de raspão no tórax; José Ricardo Rodrigues Lopes, 32, ferido no antebraço direito de raspão; Silvio de Souza Santos, 39 anos, com tiro na perna direita; Antonio da Rocha, 68, com tiro no braço esquerdo; Gerson Rodrigues de Oliveira, 26 anos, tiro braço esquerdo; Kelly Regina Borges Santos, 25, ferida por estilhaços na nuca; Aline Soares de Oliveira, 28, tiro coxa esquerda; e Pâmela Evangelista de Matos, 22, com tiro na perna esquerda.

Os outros mortos informados pelo hospital são Janaina Romualdo dos Santos, 43 anos; Rafael Felipe Aurídes Gonçalves, 29, tiros no rosto, na cabeça e tórax; e um homem de cerca de 60 anos, com tiro no abdômen.

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