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Ayres Britto lembra aos petistas: STF é independente

Presidente do tribunal afirmou que os ministros não se deixarão influenciar por pressões para atrasar o julgamento do mensalão

Por Carolina Freitas
30 Maio 2012, 16h18

Gilmar Mendes não precisa ser protegido. Ele não está sendo investigado pela CPI”, diz ministro Marco Aurélio de Mello

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Carlos Ayres Britto, afirmou nesta quarta-feira que a Corte não se deixará influenciar por pressões para atrasar o julgamento do mensalão. “O Judiciário é imune a esses dissensos”, disse Ayres Brito ao chegar ao tribunal. “Isso não nos tira do eixo. Não perderemos o foco, que é julgar atentos à prova dos autos. O STF é sobranceiro, altivo e independente”.

Reportagem de VEJA desta semana mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem usando sua influência para chantagear ministros do STF. Nesta terça-feira, o ministro Gilmar Mendes acusou Lula de operar uma central de fofocas para tentar “melar” o julgamento do mensalão, que tem de acontecer ainda este ano para que os crimes mais graves não prescrevam.

A data do julgamento do mensalão, no entanto, só pode ser marcada quando o revisor do processo, ministro Ricardo Lewandowski, apresentar seu voto. Ayres Britto calcula que o tribunal levará mais de cem horas e até seis semanas para julgar o caso. “Estamos tentando definir uma data para que o julgamento se faça de uma vez por todas”, afirmou o presidente do Supremo.

Ayres Britto evitou, no entanto, opinar sobre a fala de Gilmar Mendes, que, na terça-feira, subiu o tom contra Lula. “Certamente Gilmar Mendes tomará as providências compatíveis com o quadro que ele mesmo traçou”, disse. Mendes, por sua vez, chegou ao tribunal sorridente, mas não quis falar com a imprensa.

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Marco Aurélio de Mello disse compreender a vontade de Lula de fazer chegar aos ministros sua opinião sobre o julgamento do mensalão, mas condenou a tentativa de intimidar quem quer que seja. “Lula está integrado a um partido”, observou Marco Aurélio. “Há quem diga que ele é o partido. E há pessoas do partido acusadas no processo. O que discrepa da realidade é ele falar sobre contraprestação de proteção a um ministro. Gilmar Mendes não precisa ser protegido. Ele não está sendo investigado pela CPI”.

Segundo Marco Aurélio, Mendes comunicou ao presidente do STF, Ayres Brito, sobre a pressão feita por Lula na quarta-feira passada. “Ele percebeu que estavam minando o seu caminho com notícias que não correspondiam à realidade e resolveu escancarar a conversa com Lula”, afirmou Marco Aurélio.

Abaixo-assinado – Quatro representantes do Movimento 31 de Julho Contra a Corrupção e a Impunidade protocolaram no Supremo Tribunal Federal nesta tarde um documento com 37.000 assinaturas pedindo aos ministros celeridade no julgamento do mensalão. “Esse é um caso emblemático da corrupção no Brasil”, afirmou a engenheira Ana Luiza Archer, uma das fundadoras do movimento.

As assinaturas foram coletadas por meio da internet e presencialmente por mais de trinta grupos de ativistas. O documento pede que os magistrados não permitam que os crimes do mensalão prescrevam antes do julgamento. “Deixar que ocorra a prescrição e que os acusados continuem se aproveitando da demora do julgamento significa a verdadeira oficialização da impunidade no Brasil”, informa o abaixo-assinado.

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