Junto a Augusto e Haroldo de Campos, Pignatari ajudou a fundar a poesia concreta
Morto na noite deste domingo, o poeta brasileiro foi um dos mais importantes teóricos da comunicação e traduziu trabalhos de autores importantes
O poeta Décio Pignatari, que morreu na noite deste domingo, em São Paulo, era um dos principais nomes da poesia concreta.
Desde os anos 50, Pignatari realizava experiências com a linguagem, incorporando a ela recursos visuais que culminaram no concretismo, movimento estético que ele ajudou a fundar junto aos irmãos Augusto, 81, e Haroldo (1929-2003) de Campos, com quem editou a revista Noigandres nos anos 50. Também com eles, publicou a Teoria da Poesia Concreta, em 1965, Mallarmagem, em 1971, e Ezra Pound – Poesia, em 1983, entre outras obras.
Nascido em Jundiaí, em 1927, Pignatari publicou seus primeiros poemas na Revista Brasileira de Poesia, em 1949. Seu primeiro livro de poesias, Carrossel, foi publicado em 1950. Publicou ainda as obras O Rosto da Memória (1988) e o romance Panteros (1992), além de uma obra para o teatro, Céu de Lona, de 2004, sobre a vida e a obra de Machado de Assis. Sua obra poética está reunida no livro Poesia Pois é Poesia.
Semiótica – Embora tenha se formado em direito pela USP, em 1953, Pignatari foi um importante teórico da comunicação. Ele ajudou a fundar a Associação Brasileira de Semiótica, nos anos 1970, e escreveu o livro Informação, Linguagem e Comunicação, em 1968, que trata do processo comunicacional e da cultura de massa, além de ter traduzido obras de Marshall McLuhan, um dos pioneiros no estudo da teoria da comunicação e da mídia, como Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem.
O poeta também organizou e traduziu obras de Dante Alighieri, Wolfgang von Goethe e William Shakespeare, reunidas no livro Retrato do Amor Quando Jovem (1990).
Pignatari passou cerca de dez anos morando em Curitiba, no Paraná, mas havia voltado a morar em São Paulo há cerca de um ano.