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Católicos acusam novela da Record de demonizar Igreja e pedem boicote

No segundo capítulo de ‘Apocalipse’, aparece celebração similar à católica, enquanto o Anticristo narra: ‘São quase 1.700 anos espalhando trevas pelo mundo’

Por Maria Carolina Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 23 nov 2017, 17h13 - Publicado em 23 nov 2017, 13h20

Antes mesmo de estrear, Apocalipse, a novela bíblica que a Record colocou no ar na última terça-feira, já estava na mira dos católicos. Blogs e perfis de redes sociais pediam boicote ao folhetim, que, diziam, iria demonizar a igreja romana. O capítulo desta quarta exacerbou os ânimos. Em uma sequência em que é mostrada uma celebração semelhante a uma missa, com homens vestidos de preto e vermelho qual bispos católicos, e sentados diante de um altar comandado por um homem paramentado por camadas de branco como o próprio papa, o Anticristo, narrador da trama, diz com um deboche pérfido: “Minha realização mais astuta. São quase 1.700 anos espalhando trevas pelo mundo”. Confira as cenas no vídeo abaixo, a partir do minuto 42.

O narrador, voz de Sergio Marone (o maldoso Ramsés de Os Dez Mandamentos) continua, irônico: “Mas, é claro, tudo muito bem elaborado para parecer divino. Ah, o engano é minha especialidade”. O nome da igreja romana de Apocalipse, no entanto, é outro: Igreja da Sagrada Luz.

Em seguida, o “sacerdote mestre”, como é chamado o “papa” no site oficial de Apocalipse, chama Stefano (Flávio Galvão), sacerdote que o assistiu na cerimônia, para uma conversa. Conversa altamente comprometedora.

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“Essas paredes ecoam histórias de uma trajetória milenar, desde que a missão da sagrada igreja começou nessa terra. Só foi possível atravessar os séculos porque sempre soubemos manter o poder e a influência, nos associando às pessoas certas”, diz o sacerdote-mor, Lorenzo Viscone (João Bourbonnais). Stefano se limiar a responder com “Sim, pai sagrado”.

Lorenzo Viscone comenta o surgimento de igrejas rivais que estariam ameaçando o poder da Sagrada Luz. “Estamos passando por uma fase de grande desafio. Novos valores e crenças surgindo pelo mundo, doutrinas de outras igrejas seduzindo fiéis. Mas nada, absolutamente nada deve abalar o que representamos”.

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A primeira fase de Apocalipse se passa nos anos 1980. Fundada em 1977, a Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo, proprietário da Record, estava então em crescimento.

Cerimônia da Igreja da Sagrada Luz, de ‘Apocalipse’ (Reprodução/Rede Record)

Stefano pondera, “Ainda somos a igreja dominante”. Ao que o “papa” atalha: “E devemos continuar a ser. Custe o que custar.” Stefano repete: “Custe o que custar”.

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Em seguida, eles falam da família Montana, no seio da qual nascerá o Anticristo, a ser vivido por Sergio Marone. No capítulo desta quarta-feira, sua mãe se retorce inteira, no chão, ao receber o resultado do exame de gravidez e ser possuída por um espírito maligno.

Mãe do Anticristo se retorce em ‘Apocalipse’ (Reprodução/Rede Record)
Mãe do Anticristo se retorce em ‘Apocalipse’ (Reprodução/Rede Record)

Para o blog católico Filhos de Deus, a nova novela de Vivian de Oliveira “retrata a Igreja Católica como satanista”. Em texto publicado depois da exibição do segundo capítulo de Apocalipse, o blog afirma que a trama tem “lançado ataques que nitidamente estão ligados à Igreja Católica” e analisa a sequência da Igreja da Sagrada Luz, uma “igreja satânica”, destacando que “as vestes dos seus integrantes são idênticas aos dos líderes católicos”.

A Rede Record foi procurada pela reportagem de VEJA, mas, até a publicação desta nota, não se pronunciou a respeito. Apesar da sequência que reverberou na internet, a novela perdeu audiência em São Paulo, onde na estreia marcou 13 pontos e, nesta quarta, 11 de média, segundo o Ibope.

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Cena da abertura de ‘Apocalipse’ (Reprodução/Rede Record)
(Reprodução/Rede Record)

 

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