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Para economistas, reação da economia deve demorar mais

Maus resultados de indicadores como produção industrial, venda no varejo e arrecadação reforça suspeita de que PIB caiu no terceiro trimestre

Por Da redação
30 out 2016, 10h05

Apesar da troca de governo, da aprovação em dois turnos na Câmara dos Deputados da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para conter os gastos públicos e da recuperação dos indicadores de confiança do empresário e do consumidor, a economia real não está reagindo na velocidade esperada pelo mercado. Em agosto, o resultado de indicadores importantes apurados pelo IBGE, como a produção industrial e as vendas no varejo decepcionaram, com recuos de 3,8% e 2%, respectivamente, em relação ao mês anterior. A queda de mais de 8% na arrecadação com impostos federais de setembro confirmou que a atividade continuou em baixa no mês seguinte. Esses resultados sacramentaram um consenso entre os economistas de que o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre foi negativo e que a economia continua no fundo do poço.

Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos, lembra que dois meses atrás havia uma percepção generalizada no mercado de que o PIB do terceiro trimestre seria positivo. “Mudou o quadro para o terceiro trimestre, está caindo a ficha”, afirma. Ela considera o quadro atual da economia muito grave e frágil porque neste momento, na sua avaliação, não há motores para impulsionar a atividade.

A frustração provocada pelos resultados da economia real em agosto e setembro fez consultorias privadas e departamentos econômicos de bancos reavaliarem informalmente as projeções do PIB para o terceiro trimestre. Oficialmente, o departamento econômico do Itaú Unibanco prevê queda de 0,5% no terceiro trimestre em comparação com o segundo. A instituição considera, no entanto, que a retração pode estar mais perto de 1%.

Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências Consultoria Integrada, diz que a queda do PIB do terceiro trimestre está mais perto de 0,9% do que a previsão oficial da consultoria, que é uma retração de 0,2%. Também as projeções feitas pela consultoria de PIB para o quarto trimestre, para este ano e para 2017, podem mudar. “Para 2017, podemos ter um crescimento um pouco menor por causa do carregamento estatístico negativo”, diz ela. Por enquanto, a consultoria espera para o ano que vem um avanço de 1,5%.

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Nelson Marconi, professor de Macroeconomia da Fundação Getúlio Vargas, considera que há risco de uma taxa muito baixa de crescimento do PIB para o ano que vem, beirando o terreno negativo, se não houver mudanças na política econômica para provocar a demanda. “Corre-se esse risco se os juros não forem reduzidos, as concessões destravadas e o câmbio não for colocado no lugar.”

Mesmo com os indicadores preliminares apontando para um resultado ruim no terceiro e quarto trimestres, prevalece entre os economistas a avaliação de que em 2017 a atividade sairá do vermelho. Mas essa reação, para alguns, deve ocorrer só a partir do segundo semestre do ano que vem, quando ficará mais evidente o efeito do corte nos juros.

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