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Esquema de pirâmide usava moeda virtual, ostentação e até Neymar

Polícia Civil e Ministério Público do DF desencadeiam operação contra empresa que pode ter lesado 40 mil investidores e movimentado 250 milhões de reais

Por Da Redação
21 set 2017, 18h06

A Polícia Civil do Distrito Federal e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagraram nesta quinta-feira a Operação Patrick, tendo como alvo a empresa Wall Street Corporate, suspeita de liderar uma organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, uso de documentos falsos e crime de pirâmide financeira por meio do uso de uma moeda digital falsa chamada Kriptacoin.

Foram cumpridos 13 mandados de prisão preventiva e 18 de busca e apreensão no Distrito Federal, Águas Lindas (GO) e Goiânia. Segundo a Polícia Civil, o esquema pode ter movimentado 250 milhões de reais. O número de investidores – que eram convencidos a aplicar dinheiro na moeda digital e depois eram lesados – pode ter chegado a 40 mil pessoas, segundo a 1ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor (Prodecon), do MPDFT.

De acordo com as investigações, o esquema passou a ser articulado no final do ano passado e consolidado no Distrito Federal no início de 2017. Os integrantes da organização prometiam aos clientes altos rendimentos com o negócio, com o ganho de 1% ao dia sobre a moeda virtual falsa. O resgate, entretanto, só poderia ser feito após um ano.

Reuniões eram marcadas para legitimar o negócio, além de um investimento em propagandas tanto na internet quanto na televisão. Segundo a polícia, uma vítima aplicou quase 200.000 reais no negócio sem retorno e, ao tentar fazer o resgate, foi ameaçada pelos membros do esquema.

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A pirâmide financeira é um golpe antigo, que se vale basicamente da seguinte estratégia: cada investidor cooptado precisa atrair um determinado número de outros investidores (e é remunerado por isso), que vão conquistando outros investidores aumentando a base da pirâmide até que a situação se torne insustentável. Geralmente, ganham dinheiro os idealizadores do golpe e, em menor escala, os primeiros investidores.

Propaganda no perfil da Wall Street Corporate no Facebook (Reprodução/Reprodução)

A polícia descobriu, ainda, uma lista com cerca de 20 nomes falsos que eram utilizados pelo grupo. As apurações revelaram também uma divisão de tarefas, com a participação de um falsificador de documentos e o auxílio de um policial civil aposentado, que atuava como uma espécie de advogado da empresa.

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As primeiras atividades dos irmãos presos na operação de hoje datam de 2005. Em 2011, eles foram presos por estelionato – segundo a polícia, os dois abriam e movimentavam contas bancárias de forma ilícita. Além disso, Welbert Richards acumula denúncias de posse de drogas, agressão enquadrada na Lei Maria da Penha, calúnia e ameaça.

Ostentação, Neymar e Sheik

Welbert Richards e Weverton Marinho, irmãos presos hoje na operação e sócios da empresa que utilizava a moeda digital, ostentavam uma vida de luxo. Viviam rodeados por carros importados, roupas de marca e jóias caras. A boa apresentação era utilizada para atrair investidores e demonstrar o sucesso de seu negócio. No último sábado, o grupo reuniu milhares de pessoas na segunda edição da Kripta Music Festival, evento realizado para promover a marca.

Operação Patrick PF
Policiais civis do Distrito Federal cumprem mandados de operação que desmantelou um esquema de crimes financeiros com moeda falsa (TV Anhanguera/Reprodução)

O grupo também utilizava as redes sociais para divulgar supostas parcerias com celebridades. Além dos jogadores de futebol Neymar, do Paris Saint-Germain, e Emerson Sheik, da Ponte Preta, o grupo dizia que o cantor Eduardo Costa tinha negócios com a empresa – a assessoria do artista negou qualquer vínculo dele com o grupo. Em áudios divulgados também nas redes sociais, os donos da empresa falavam de negócios milionários com empresários russos e atletas de futebol famosos.

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