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Marcelo no TSE: não há uma só novidade. E tudo segue muito grave!

Antes mesmo de se saber o que Marcelo dissera ao ministro Herman Benjamin, 9 entre 10 observadores já apostavam que o ministro pediria a cassação da chapa

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 24 mar 2017, 08h13 - Publicado em 24 mar 2017, 07h36

Os bobos leem o que acham estar escrito, e os alfabetizados se atêm ao sentido das palavras. Escrevi e reitero: Marcelo Odebrecht afirmar que Dilma sabia de tudo — referindo-se a pagamentos via caixa dois ؙ— tem zero de novidade. A única coisa nova é ele ter dito isso também ao TSE. Parte de sua delação vazara em dezembro. E, sim!, ele já havia afirmado ao MPF: “Dilma sabia”. No depoimento ao tribunal eleitoral, falou: “Ela nunca me disse que sabia que era caixa dois, mas é natural, ela sabia que toda aquela dimensão de pagamentos não estava na prestação do partido”.

Nem poderia ser diferente, não? Imaginem se ele passa uma versão para cada tribunal. Também é notícia velha o repasse de R$ 150 milhões para a campanha de Dilma em 2014, 80% pelo caixa dois. E já se sabia que R$ 50 milhões daqueles R$ 150 milhões eram pagamento de propina em razão de uma Medida Provisória de 2009 que beneficiou o grupo. E, mais uma vez, ele afirmou que os operadores da relação PT-Odebrecht eram, primeiro, Antônio Palocci e, depois, Guido Mantega.

Há uma outra não novidade: o empresário reiterou não ter conversado com Michel Temer sobre doação. Nas suas palavras: “Não me lembro em nenhum momento de o Temer ter falado dos dez milhões, ter solicitado um apoio específico. Obviamente que fica aquela conversa de que: ‘Olha, a gente espera a contribuição de vocês; a gente tem aí um grupo que a gente precisa apoiar”.

Ah, então quer dizer que a coisa não tem importância? Ora, é claro que sim. Afinal, trata-se de um depoimento, concedido no curso de uma apuração que pode resultar na cassação da chapa que elegeu Dilma Rousseff. E a acusação qual é? Abuso de poder político e econômico. Ora, o que Marcelo fez na sua delação e no depoimento ao TSE foi confirmar esse abuso.

Marcelo repetiu ao TSE outra parte de sua delação: numa viagem ao México, ele teria alertado Dilma sobe o risco de virem a público os repasses feitos a João Santana por meio de offshores no exterior.

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Se nada é novo…
Se nada é novo, por que o depoimento é importante? Antes mesmo de se saber o que Marcelo dissera ao ministro Herman Benjamin, nove entre dez observadores já apostavam que o ministro pediria a cassação da chapa. A acusação de Marcelo sepulta qualquer chance de o ministro amenizar o seu relatório.

Mas e Temer? Pois é… Marcelo diz ter conversado com Dilma sobre caixa dois, certo? Afinal, o alerta feito sobre os pagamentos a João Santana referia-se justamente a isso. Mas ele reitera que não tratou de doações com o agora presidente.

Os advogados de Temer vão tentar separar as contas — vale dizer: ele não teria controle sobre as finanças da campanha, que estavam inteiramente sob a gestão de petistas. Portanto, não pode ser responsabilizado por algo que não tinha como ser do seu conhecimento. Será que os demais ministros adotarão a tese da separação? Se isso acontecer, Dilma pode ser punida — inclusive com a inelegibilidade — e Temer não, levando seu mandato, como seria o desejável, até o fim de 2018.

Em suma, a importância do depoimento de Marcelo ao TSE está em fortalecer a convicção no mundo político de que Benjamin pedirá a cassação da chapa. Nada é novo, mas tudo segue sendo muito grave.

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