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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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DATAFOLHA 2: População é injusta com o governo Temer, que é bom!

Em menos de um ano, o presidente nos livra do abismo, aprova medidas essenciais no Congresso e articula as reformas trabalhista e da Previdência

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 abr 2017, 09h32 - Publicado em 30 abr 2017, 08h56

Segundo o Datafolha, 61% acham o governo Temer ruim/péssimo. Para 28%, é regular. Dizem ser ótimo ou bom 9%, e 3% não sabem. São índices compatíveis com a Dilma da reta final do impeachment: 63% de rejeição e 13% de aprovação. Será que isso faz sentido? Isso é explicável. Mas justo não é. Vejam quadro publicado na Folha.

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A gestão Temer pode vir a ser a mais injustiçada da história. “Injustiçada por quem?” Pela população, ora essa! “Mas, Reinaldo, nas democracias, pode-se dizer algo assim? Pode-se dizer que o povo foi injusto?” Perguntem ao Churchill que não foi reconduzido ao cargo na primeira eleição depois da vitória na Segunda Guerra.

Nas democracias, o povo é sempre soberano. Mas isso não quer dizer que seja sempre justo. Aliás, na maioria das vezes, é injusto e faz besteira. Mas é o que temos, caras e caros. Ninguém inventou nada melhor. Para ficar em Churchill: “A democracia é a pior forma de governo, excetuando-se todas as outras que já foram tentadas”.

Ultimamente, há pessoas com ideias estranhas no Brasil… Mas é melhor a gente continuar com o povo mesmo. E com o povo que temos, não com aquele que é memória de um passado inexistente. Adiante.

– Aprovação do teto de gastos;
reforma trabalhista em curso;
reforma da Previdência em curso;
inflação de volta ao centro da meta;
juros declinantes;
o deslanchar da reforma do ensino médio;
o fim da obrigatoriedade de a Petrobras participar do pré-sal;
recuperação da Petrobras…;
reestruturação do setor elétrico, por intermédio de Medida Provisória — aquele que Dilma quebrou;
aprovação da Lei da Governança nas estatais…

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Vamos ver
Dilma Rousseff nos deixou à beira do abismo, ou em queda livre, com a maior recessão da história, os juros e a inflação nos cornos da Lua, o desemprego galopante. Era a entropia. E Temer soube nos livrar, até agora, de grandes perigos.

É quase um milagre que o faça. Se olharmos as condições objetivas em que assumiu, a aposta mais razoável era o desastre. Não obstante, esse presidente soube dialogar com o Congresso, que vive debaixo de vara da esquerda e da direita xucra, e as reformas, ainda que mitigadas — na democracia, a negociação é parte do jogo —, avançam. Os indicadores econômicos melhoram.

Causas da reprovação
Mas a realidade ainda é muito difícil. Há 13 milhões de desempregados no país. A crise corroeu o valor do salário médio. Não há muitas razões, quando se pensa apenas no bolso, para que as pessoas estejam felizes. E, como é sabido, parte da população que apoiou o impeachment tinha o tal raciocínio mágico: basta Dilma sair, e tudo muda! Não! Para que tivéssemos alguma chance de não encontrar o chão do abismo, ela precisava sair. Não quer dizer que a recuperação seja fácil. Mas está em curso.

Ainda, pois, que existam razões muito materiais, concretas, para que os brasileiros mostrem indisposição com Temer, é evidente que os números são exagerados. E aí é preciso apontar o dedo para os pescadores de águas turvas.

Certamente, a pregação das esquerdas contra as reformas contribui para elevar a reprovação ao governo. Mas nem tanto. O povo, povo de verdade, não foi ao protesto do dia 28, certo? Aquilo foi uma patuscada violenta promovida apenas pelos nababos do sindicalismo.

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É claro que o fator Lava Jato pesa nisso também. Os “Dallagnois” da vida anunciaram ao Brasil e ao mundo que a política é um antro de sujeiras. Os citados na delação da Lava Jato entram no listão do Rodrigo Janot sem as devidas distinções. Por falar em Deltan Dallagnol, o buliçoso rapazola acaba de lançar um livro em que assegura, com evidência nenhuma, mas muita convicção, que o impeachment de Dilma nada mais foi do que uma tentativa de barrar a Lava Jato.

O ódio à política colhe, sim, Michel Temer. E, se vocês olharem os números do Datafolha, verão que líderes do tucanato estão igualmente submetidos ao apedrejamento. E por que Lula — o grande chefe do partido que controlava o petrolão — lidera as pesquisas e venceria quase todo mundo no Segundo Turno (em empate técnico com Sergio Moro!!!)?

Bem, essa será matéria para o post em que trato dos números.

Temer está fazendo rigorosamente a sua parte — com pecadilhos aqui e ali, como todos nós. E está sendo alvo do moralismo estúpido e raso de várias correntes da direita e da mistificação das esquerdas.

Querem saber? O Brasil vive um momento tão delicado que um presidente impopular pode ser uma dádiva. Vai, afinal, fazer o que tem de ser feito. Nós sabemos que Dilma preferiu destruir o país a corrigir a tempo a rota, mas com risco de não vencer a reeleição. Eis no que deu.

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Que o presidente, em suma, saiba tirar proveito da impopularidade, em benefício do país e das futuras gerações.

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