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Por Coluna
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
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Sem reforma da Previdência, perdem o país e os pobres

Uma versão desidratada da reforma não é o ideal, mas pode reverter os riscos e as consequências de um novo rebaixamento na classificação de risco do país

Por Maílson da Nóbrega 13 nov 2017, 16h06

O aumento das incertezas sobre a aprovação da reforma da Previdência tem influenciado negativamente os mercados e a avaliação de risco do país. A Bolsa já caiu 6% e a agência Fitch manteve o Brasil no grupo dos países com risco de honrar a dívida pública. O Brasil permaneceu dois níveis abaixo do grau de investimento.

A perspectiva da Fitch permaneceu negativa. Outra agência, a Standard & Poor’s, tem indicado que fará um novo rebaixamento da classificação de risco do Brasil caso a reforma da Previdência não seja aprovada no atual governo.

O rebaixamento da nota de crédito do Brasil tende a gerar efeitos em cascata. As empresas estatais, os bancos e as grandes empresas brasileiras serão inevitavelmente reavaliadas, com provável redução de sua classificação de risco.

Muitas serão as consequências negativas dessa piora, mas duas merecem ser destacadas de início: (1) uma provável depreciação da taxa de câmbio, o que impactaria negativamente a inflação e obrigaria o Banco Central a rever o atual ciclo de queda da taxa Selic ou a elevá-la mais à frente; (2) a medida aumentaria o custo de captação de recursos externos pelo Tesouro e por bancos e empresas brasileiras, inclusive nas linhas de crédito de comércio que financiam as exportações.

Daí viria uma queda da confiança de consumidores e de empresas. Os bancos ficariam mais conservadores na concessão de crédito. O resultado seria a perda do atual ritmo de elevação do consumo, da recuperação da economia e da elevação do emprego e da renda. O restabelecimento do potencial de crescimento do país perderia força. Correríamos o risco de volta do ambiente de inflação com estagnação ou recessão.

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O país ficaria menos atrativo para o investimento nacional e estrangeiro. Seria uma grande perda. Os mais prejudicados seriam os pobres. Como se sabe, as classes menos favorecidas são as que mais sofrem com a inflação alta e a queda do ritmo de atividade econômica. Elas não têm como se defender dos efeitos da alta dos preços em sua renda. E são as mais atingidas nas retrações da economia, quando aumenta o desemprego e a informalidade no mercado de trabalho. Custa a crer que parlamentares supostamente da base do governo não consigam enxergar os riscos da rejeição e da procrastinação da reforma da Previdência.

Espera-se que tenham sucesso as negociações em curso promovidas pelo presidente Michel Temer e pelo presidente da Câmara Rodrigo Maia com o objetivo de obter a aprovação de uma versão desidratada da reforma, prevendo a instituição da idade mínima e a igualdade de tratamento entre empregados do setor público e do setor privado.

Mesmo que menos ambiciosa de que a versão original, resultando em ganhos de apenas 50% dos previstos, a reforma poderá reverter o clima pessimista dos últimos dias e evitar um novo rebaixamento da nota de crédito do país pelas agências de classificação de risco. O país e os pobres agradeceriam.

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