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Contra a histeria anti-Trump

Assista ao vídeo em que David Kurten detona Assembleia de Londres

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 30 jul 2020, 21h02 - Publicado em 14 fev 2017, 20h21

David Kurten, um dos membros do Partido de Independência do Reino Unido (UKIP, na sigla em inglês) na Assembleia de Londres, criticou em sessão na Prefeitura uma moção que expressa o temor da instituição legislativa da capital da Inglaterra com as diretrizes da presidência de Donald Trump.

O vídeo em inglês está no fim deste post.

“Eu sei que muita gente não concorda com algumas das políticas dele. Até aí tudo bem. Mas nos últimos meses está acontecendo o que eu chamo de uma efusão de absoluta histeria contra o presidente Trump e tudo que ele defende. Eu acho isso completamente injustificado. O que temos hoje nesta moção é a continuação da indignação seletiva das pessoas que injustificadamente não gostam do presidente Trump.”

Kurten descreveu o conteúdo da moção e a postura do prefeito muçulmano Sadiq Khan como afetações de virtude feitas em sinalização à emissora BBC e os jornais The Standard e The Guardian, bem como aos espectadores e leitores desses veículos (ou, de um modo geral, aos “guardians”, como o filósofo inglês Roger Scruton resume a patota de jornalistas, intelectuais, celebridades e demais seguidores que rezam pela cartilha de esquerda do referido jornal).

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“O que a moção não faz é qualquer menção ao fato de que o então presidente Barack Obama baniu por seis meses em 2011 a entrada de cidadãos do Iraque nos EUA, com base exatamente no mesmo princípio do banimento por três meses estabelecido por Trump para cidadãos de sete países.”

Kurten também apontou como o texto distorce a medida do republicano.

“Ao contrário do que foi evocado nesta moção, não é um banimento sobre uma religião específica. É um banimento para cidadãos de sete países que são em maioria Estados falidos onde o Estado Islâmico está operando em larga escala.”

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São eles: Síria, Iraque, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen. Há outros 46 países de maioria muçulmana fora da lista, como lembrou o secretário de Imprensa do governo Trump, Sean Spicer. Isto significa que 85% da população muçulmana do mundo continua podendo entrar nos EUA normalmente.

“O objetivo é garantir a segurança, e a maioria da população americana apoia este banimento. Na verdade, pesquisas mostram que a maioria da população da Europa também apoia.”

De fato, 57% dos americanos são a favor da interrupção temporária, segundo pesquisa Rasmussen; e 55% dos europeus aprovam o banimento da entrada de cidadãos de países de maioria muçulmana, segundo pesquisa da Chatham House, antigo Royal Institute of International Affairs.

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“Vocês podem não ver isto aqui em Londres, mas lá fora onde outras pessoas vivem, sem assistir às emissoras nem ler os jornais de que falei, elas concordariam também.”

Como dizem os ingleses, Londres não é UKIP. O partido que defendeu a saída do Reino Unido da União Europeia conquistou nas eleições de 2016 apenas 2 cadeiras (antes tinha zero) na Assembleia da cidade cosmopolita que votou majoritariamente contra o Brexit, assim como Nova York contra Trump.

Dos 75,9% que votaram em Londres pela permanência na UE, quase 70% detêm ensino superior e aproximadamente 40% não nasceram no Reino Unido, o que explica parte da aversão local a políticas que restringem a imigração. Apenas bairros típicos da classe trabalhadora como Havering, Barking e Dagenham votaram pela saída, em lógica semelhante à dos estados do meio-oeste americano que elegeram o atual presidente dos EUA.

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Kurten, porém, acrescentou que não acredita haver motivo algum para Londres e Reino Unido temerem o governo Trump, que, em sua opinião, será bom para a cidade e o país.

Para muxoxos dos membros de esquerda da Assembleia, lembrou que o primeiro político a encontrar Trump após sua histórica vitória foi o ex-líder do UKIP e comandante da vitoriosa campanha pelo Brexit, Nigel Farage; e que o primeiro líder mundial a encontrar o presidente depois de sua posse foi a atual primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, do Partido Conservador.

“De novo, isto mostra o quanto ele valoriza e quer manter relações especiais com este país. Na verdade, ele indicou que pretende estabelecer um acordo comercial muito bom com o Reino Unido após o Brexit e, unicamente, que a indústria de serviços financeiros deste país, baseada aqui em Londres, pode ter acesso privilegiado pela primeira vez à indústria e aos mercados financeiros dos EUA. Isto seria um boom incrível para o Reino Unido. Mas o que esta moção faz é dar um tapa na cara de alguém que tem este país em alta conta e pretende dar-lhe todos os benefícios de um bom acordo comercial.”

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O “tapa na cara” foi dado, claro, mas valeu o discurso.

David Kurten detonou com elegância a moção e a histeria anti-Trump.

Assista.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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