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Bolsonaro e governadores evitam citar quarentena e focam ajuda aos estados

Sem falar sobre as medidas de isolamento social, reunião teve clima cordial e presidente pediu apoio a veto ao reajuste de salários do funcionalismo público

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Victor Irajá Atualizado em 22 Maio 2020, 20h05 - Publicado em 21 Maio 2020, 12h21

O presidente Jair Bolsonaro fez nesta quinta-feira, dia 21, uma reunião por videoconferência com governadores e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O tema da reunião foi o socorro financeiro aos estados e municípios durante a pandemia de Covid-19, que foi aprovado no Congresso no início de maio.

Sem tocar no assunto das medidas de isolamento social, o principal ponto de divergência entre Bolsonaro e governadores, a reunião transcorreu de maneira hamoniosa e teve até troca de gentilezas entre o presidente e o governador João Doria (PSDB), que já travaram embates públicos calorosos  sobre o assunto e pretendem se enfrentar na eleição presidencial de 2022. “O Brasil precisa estar unido. O nosso foco é exatamente esse: proteger o brasileiro em todo o Brasil. (…) Na guerra, perdemos todos. Vamos em paz, presidente, vamos pelo Brasil e vamos juntos. É o melhor caminho para vencermos a pandemia”, disse Doria numa breve intervenção. Bolsonaro, por sua vez, agradeceu e o parabenizou pela declaração. O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), foi na mesma linha e pediu ao presidente que liderasse uma frente de coordenação contra o coronavírus. “Nós não precisamos de uma crise política”, disse ele.

Na reunião, Bolsonaro sinalizou que sancionará o pacote de 60 bilhões de reais de auxílio a Estados e municípios, com o veto costurado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como contrapartida ao envio da dinheirama para recompor receitas: a proibição de União, estados e municípios concederem aumento a funcionários públicos até dezembro do ano que vem. “Nós vamos sancionar o projeto hoje de ajuda aos Estados e Municípios, mas peço ajuda para a manutenção do veto sobre o reajuste a alguns servidores”, pediu Bolsonaro. “É o remédio menos amargo” e “de extrema importância para todos os 210 milhões de brasileiros”, disse ele. A julgar pelo clima do encontro, o pedido foi aceito pelos governadores.

 

Como mostrou VEJA, a costura pelo artigo que veta o aumento para funcionários públicos foi articulada entre Guedes e Alcolumbre com a anuência dos governadores, que manifestaram publicamente seu apoio à proposta. “Sabemos que o senhor está sofrendo pressões, nós também, mas todos estão dando sua cota de sacrifício” apelou o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, falando em nome de todos os governadores. “É impossível nós darmos qualquer aumento agora. O veto a esse artigo é fundamental”, afirmou ele, relatando que as economias para os entes federados chegará a 69 bilhões de reais para estados e 62 bilhões de reais para os municípios durante este período.

Em sua fala, o presidente do Senado também pediu paz e ressaltou que a reunião era histórica. “Chegou a hora de todos nós darmos a mão e levantarmos a bandeira branca. Numa guerra todos perdem. Seremos cobrados no futuro pelas atitudes que tomamos”, afirmou Alcolumbre. “Todos têm que assumir sua responsabilidade. A partir de hoje, a partir dessa mesa, essa fotografia e esse dia de hoje num dia histórico para o Brasil de enfrentamento a uma doença que está matando os brasileiros”, discursou.

Na reunião anterior, em 25 de março, feita nos mesmos moldes, houve embate bate-boca entre o presidente e o governador João Doria. Na ocasião, o tucano havia pedido para que o presidente fosse um “mandatário para comandar, para dirigir e para liderar o país e não para dividir”. Bolsonaro respondeu, chamando Doria de “leviano” e “demagogo” e disse para “ele descer do palanque”.

 

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