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Ternium compra ações da Usiminas e acirra briga no bloco de controle

Empresa comprou 51,4 milhões de ações ordinárias em posse da Previ por R$ 616,7 milhões

Por Da Redação
3 out 2014, 11h15

A já conturbada briga entre a argentina Ternium e a americana Nippon, acionistas controladoras da Usiminas, acaba de ganhar mais um capítulo nesta quinta-feira. A companhia argentina anunciou na noite de quinta-feira que firmou acordo com a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, para a compra de 51,4 milhões de ações ordinárias da Usiminas, o correspondente a cerca de 10% das ações com direito a voto da usina mineira. A Ternium irá desembolsar 616,7 milhões de reais pela aquisição das ações, prêmio de 82% sobre o valor dos papéis na bolsa de valores.

Com essa aquisição, o grupo T/T, formado pela Ternium, Siderar e Confab, passará a deter 38% das ações ordinárias da Usiminas. “Durante a vigência do acordo de acionistas da Usiminas, a Ternium será obrigada a votar tais ações de acordo com as decisões do grupo de controle da Usiminas”, segundo comunicado enviado à imprensa. O grupo da japonesa Nippon Steel tem cerca de 30% das ações ordinárias da Usiminas, enquanto a Caixa dos Empregados possui 6,75%.

Na sexta-feira passada, disputas internas entre Ternium e Nippon envolvendo a gestão da Usiminas culminaram com a demissão do presidente-executivo da companhia, Julián Eguren, e de outros dois diretores, os três indicados pelo grupo latino-americano. A Ternium aguarda uma decisão da Justiça ainda nesta sexta-feira sobre um agravo de instrumento impetrado na Justiça mineira. A ação judicial tenta na segunda instância reverter a destituição de três diretores da Usiminas. A companhia argentina está apostando nessa decisão, que, se favorável ao seu pleito, funcionará para reempossar os executivos afastados na semana passada.

A alegação da Nippon Steel, sócia da Ternium na siderúrgica mineira, foi de que auditorias apontaram o recebimento de bônus irregular pelos executivos, o que teria gerado prejuízos à companhia. A empresa argentina, por sua vez, argumenta que a decisão do conselho não é válida, já que o acordo de acionistas prevê que, tanto para a escolha do presidente, quanto para a sua destituição, é necessário consenso.

Leia ainda: Ternium tenta na Justiça impedir destituição de executivos da Usiminas

Usiminas faz acordo para vender participação na Ternium

A Ternium é subsidiária do grupo ítalo-argentino Techint. Uma fonte próxima da Ternium disse à Agência Estado que o grupo Techint tem muita confiança no potencial da Usiminas e que trabalhará para “seguir com o projeto de reconstrução da companhia”, destacou. “Esse é um passo (a compra das ações) que mostra confiança no projeto”, disse. No entanto, a fonte destacou que a Ternium não tem interesse de romper relações com o bloco de controle da companhia mineira.

Avaliação – Em relatório intitulado “Uma Declaração de Guerra?”, analistas do Citigroup, liderados por Alexander Hacking, consideram que nenhuma das partes (Ternium e o Grupo Nippon) quer sair voluntariamente da Usiminas e a divisão do grupo de controle da empresa arrisca criar uma batalha legal de vários anos.

Segundo os analistas, a aquisição das ações pela Ternium aumenta a possibilidade dela quebrar o acordo de acionistas. O acordo de acionistas da Usiminas tem validade até 2031 e foi firmado quando a Ternium acordou a compra das participações de controle da Camargo Corrêa e Votorantim na siderúrgica no final de 2011.

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Porém, como ainda não há definição sobre possível quebra do acordo de acionistas, a compra da participação da Previ pela Ternium não garante agora ao grupo direitos adicionais no Conselho, disseram os analistas, apesar de sua participação no grupo de controle da siderúrgica subir de 27,66% para 38%. A Nippon detém atualmente fatia de 29,45%.

“O futuro do décimo assento no conselho da Usiminas (que pertencia à Previ) pode ser interessante. A participação de 10 por cento da CSN em ações ordinárias da Usiminas é outro fator”, lembraram os analistas do Citi.

(Com Estadão Conteúdo)

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