Senado dos EUA rejeita plano aprovado pela Câmara
Proposta de deputados republicanos que previa limite de dívida equivalente à 18% do PIB foi reprovada pelo Senado, que tem maioria democrata
Obama voltou a declarar que os Estados Unidos não vão declarar moratória
O Senado dos Estados Unidos rejeitou a proposta orçamentária republicana chamada de “Cut, Cap and Balance” (cortar, limitar e equilibrar), que previa que o máximo de endividamento do país fosse menor que aproximadamente 18% do PIB. Nesta terça-feira, o projeto havia sido aprovado na Câmara dos Representantes. Já era esperado, porém, que no Senado, cuja maioria é democrata, a proposta fosse ser recusada. O presidente Barack Obama também chegou a mencionar que, a caso a proposta passasse no Senado, ele usaria seus poderes para vetá-la.
Analistas interpretam que a recusa da “Cut, Cap and Balance” potencialmente pavimenta o caminho para um acordo bipartidário entre o governo Obama e o Congresso. Segundo fontes com conhecimento do assunto, o presidente dos EUA e o porta-voz da Câmara dos Representantes, John Boehner, estão se movimentando em direção a um novo acordo que cortaria até 3 trilhões de dólares em gastos e revisaria o código tributário até o final do próximo ano para levantar até 1 trilhão de dólares.
Os votos favoráveis para abandonar a proposta dos republicanos totalizaram 51 ante 46 contrários. Ao impedir que a proposta siga em frente, os democratas esperam agilizar o processo para chegar a um compromisso aceitável para aumentar o limite de dívida de 14,29 trilhões de dólares, algo que deve ser concluído antes de 2 de agosto.
Presidente Obama – O presidente dos EUA, Barack Obama, discursou nesta sexta-feira sobre a necessidade de encontrar uma “abordagem equilibrada” para cortar o déficit do país, dizendo que quer acabar com benefícios fiscais para empresas de petróleo e gestores de fundos de hedge em vez de cortar gastos com educação. O presidente também afirmou que o país não vai declarar moratória de sua dívida.
Obama disse, durante audiência com estudantes e professores da Universidade de Maryland, que está ainda comprometido com o pacote de redução de déficit que inclui aumentos de impostos. “Se nós não tivermos qualquer receita para ajudar a fechar essa lacuna, então muitas pessoas comuns serão prejudicadas”, destacou Obama. “E isso não faz qualquer sentido”, continuou o presidente. “Isso não é justo”.
Perguntado sobre se a emenda nº 14 da Constituição oferece margem de manobra para elevar o teto da dívida da nação sem aprovação do Congresso, Obama respondeu que seus advogados não estão convencidos que é esse um “argumento correto.”
(com Agência Estado)