Sarkozy anuncia medidas para reduzir o déficit francês
França teme rebaixamento da nota de sua dívida, como ocorreu com os EUA
A França prepara novas medidas para garantir que a meta de redução do déficit do país seja atingida, disse o presidente francês, Nicolas Sarkozy, em nota divulgada após encontro de gabinete de emergência. O país quer evitar que sua nota de crédito AAA fique ameaçada e seja cortada, como ocorreu com a dos Estados Unidos.
Sarkozy, que inesperadamente encurtou suas férias na Cote d’Azur e convocou um encontro com os principais ministros de seu gabinete e com o presidente do Banco da França, Christian Noyer, disse que a redução do déficit é um objetivo “imperativo” e encarregou os ministros das Finanças e do Orçamento a apresentarem propostas para que evitar que o país fique vulnerável. “As metas de redução do déficit são imperativas e serão atingidas independente da evolução das perspectivas para a economia”, afirmou Sarkozy na nota divulgada.
Economistas consideram que as projeções de crescimento do governo são muito otimistas. Após expansão de 0,9% no primeiro trimestre, a economia francesa deve desacelerar para um crescimento mais modesto, de 0,3% no segundo trimestre, segundo economistas consultados pela agência Dow Jones. O governo projeta expansão de 2% este ano e de 2,25% em 2012 para cumprir seu plano de corte do déficit para 5,7% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e para 4,6% em 2012.
Incertezas – Na manhã desta quarta feira, a agência de classificação de risco, Fitch, divulgou um relatório afirmando que os Credit Default Swaps (CDS) – um tipo de instrumento que funciona como um seguro anticalote – da França voltaram a atingir alta histórica de 9%, enquanto os títulos da Alemanha ficavam em 5%. “A evolução dos spreads da França e da Alemanha pode significar um sinal de que os mercados estão cada vez mais preocupados com a capacidade da zona do euro em sustentar os países mais frágeis do bloco”, escreveu a analista da Fitch, Diana Allmendinger. A agência também informou que os spreads dos países periféricos (Portugal, Irlanda, Espanha e Itália) apresentavam movimento contrário, de queda.
O Ministério de Finanças da França disse que a especulação de que o país está prestes a perder seu rating AAA é “totalmente infundada”. “As três agências (de classificação de risco) confirmaram que não existe risco de rebaixamento do rating francês, e esses rumores são completamente infundados”, afirmou um assessor do ministro François Baroin.
(Com Agência Estado)