Presidente do Chipre nega que ajudou familiares a tirar dinheiro do país
Nesta terça-feira será instaurada uma comissão que vai avaliar saída massiva de dinheiro dos bancos do país antes de o acordo com a União Europeia ser firmado
O presidente do Chipre, Nicos Anastasiades, negou nesta segunda-feira que tenha dado informação privilegiada para que seus familiares pudessem tirar dinheiro do país. O jornal local Jaravyi, ligado ao Partido Comunista AKEL, afirma que uma companhia cipriota, cujo proprietário é parente do presidente, teria realizado uma transferência de 21 milhões de euro do Laiki Bank (Banco Popular) para duas instituições financeiras em Londres (Grã-Bretanha), três dias antes do primeiro acordo com o Eurogrupo.
“Gostaria de deixar claro uma coisa sobre tudo isto: nem sabia nem teria sido possível dar informações privilegiadas justo no momento em que estava lutando na madrugada do sábado (15 de março) por evitar o que nos impuseram”, afirmou hoje o líder cipriota.
O presidente ressaltou que, apesar de tudo, deu instruções para que a comissão encarregada de apurar responsabilidades políticas e bancárias em torno da crise investigue também qualquer coisa que se relacione a ele e a seus familiares.
Anastasiadis disse ainda que o Conselho de Ministros deve aprovar, antes de 15 dias, o programa de reativação econômica que o presidente anunciou neste fim de semana. O líder cipriota, em sua primeira entrevista após o acordo com o Eurogrupo para o resgate financeiro do país, disse no domingo que seu objetivo é aplicar uma dúzia de medidas em um prazo de três a seis meses, sem citar quais seriam essas medidas. Com isso, o governo de Anastasiadis pretende desenvolver e favorecer o investimento estrangeiro, com incentivos fiscais, e além disso aprovar a abertura de cassinos, algo que a poderosa Igreja local oferecia resistência.
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(com agência EFE)