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Petrobras: Superfaturamento será contabilizado como perda em balanço

Estatal deve levar em conta os sobrepreços verificados em projetos listados na Operação Lava Jato para conseguir fechar contas do 3º trimestre

Por Da Redação
26 mar 2015, 11h09

A saída encontrada pela nova direção da Petrobras para registrar no balanço as perdas decorrentes de atos de corrupção levará em conta os sobrepreços verificados nos projetos listados na investigação da Operação Lava Jato. Dessa forma, foram contabilizados os valores iniciais de cada projeto e os acréscimos ao longo da obra: o valor final desta diferença indicaria, portanto, o eventual superfaturamento, segundo apuração do jornal O Estado de S. Paulo.

De um modo geral, esse cálculo de impairment – atualização do valor dos ativos, excluindo o superfaturamento – dará a dimensão da perda acarretada para a companhia. Ou seja, quanto valeria a obra se não tivesse sido inflada em negociações suspeitas. A metodologia já foi até apresentada a conselheiros pelo diretor financeiro da estatal, Ivan Monteiro.

A Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, por exemplo, foi inicialmente orçada em 2,3 bilhões de dólares. Depois de sucessivos aditivos ao contrato inicial, a obra acabou chegando a 20 bilhões de dólares. A modelagem de cálculo das perdas já foi submetida à apreciação dos órgãos reguladores no Brasil e Estados Unidos – Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Securities and Exchange Comission (SEC) – que teriam aprovado o método.

Nesta quinta-feira, o conselho de administração se reúne, no Rio de Janeiro, para deliberar sobre os cálculos e avalizar as perdas a serem lançadas nos balanços do terceiro e quarto trimestres do ano passado. O registro tende a anular o lucro da companhia, que em 2014 não deverá distribuir dividendos. Considerando que, nos últimos anos, a empresa tem registrado lucros superiores a 20 bilhões de reais, as perdas podem ficar em torno desse valor.

Segundo fontes envolvidas na negociação, na semana passada o diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, reuniu informalmente alguns conselheiros para mostrar a solução encontrada. “O objetivo era apresentar e tirar dúvidas, foi bastante informativo”, afirmou uma fonte que acompanhou as conversas.

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Consenso – A intenção seria obter unanimidade no conselho sobre a forma de contabilizar as perdas decorrentes da Lava Jato. O valor das perdas divulgado inicialmente, em torno de 61 bilhões de reais (conta entre 88,6 bilhões de reais de ativos sobrevalorizados e 29 bilhões de reais de outros subavaliados), será descartado. Esse método, utilizado pela Deloitte e o BNP, contratados para o trabalho, foi considerado inapropriado.

A conta considerou o chamado valor justo dos ativos observados isoladamente. Era como se fosse colocado um preço para venda de cada um dos projetos, sem considerar as sinergias envolvidas. Essa visão prevalece até mesmo entre os conselheiros independentes, que, juntamente com a ex-presidente Graça Foster, pressionaram para a divulgação do número na ocasião. A publicação do cálculo acabou resultando na queda de Graça Foster da presidência.

(Com Estadão Conteúdo)

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