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Petrobras: finanças vão mal, mas diretores nunca ganharam tanto

Estatal pagou 13,5 milhões de reais à diretoria no ano passado; desde 2006, remuneração (fixa e variável) subiu 120%

Por Da Redação
3 abr 2014, 07h23

As contas da Petrobras viraram motivo de preocupação nacional. Com um endividamento de 270 bilhões de reais e as finanças ameaçadas pelos subsídios ao preço da gasolina impostos pelo governo, a companhia viu seu valor de mercado encolher 50% em quatro anos. A diretoria da estatal, por sua vez, vê a crise passar bem longe de suas finanças pessoais. Nunca os diretores ganharam tanto. Em 2013, sua remuneração total foi de 13,5 milhões de reais, alta de mais de 10% em relação ao ano anterior. Segundo dados apresentados pela empresa à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em março, cada diretor recebeu, no ano passado, 1,76 milhão de reais, em média – entre salário fixo e bônus. Na assembleia realizada na noite de quarta-feira, a estatal afirmou que, em 2014, pagará mais de 18 milhões de reais a seus administradores, incluindo diretoria, conselho e comitê fiscal. Como os dois últimos correspondem, em média, a 8% da remuneração global, constata-se que os diretores ganharão pouco mais de 16 milhões de reais este ano.

Entre 2006 e 2013, houve apenas um ano em que a empresa reduziu a remuneração total de sua diretoria – em 2009, durante o período agudo da crise financeira iniciada com a quebra do banco Lehman Brothers, nos Estados Unidos, em 2008. Naqueles tempos, os sete diretores receberam ‘apenas’ 6,61 milhões de reais – ante os 8,5 milhões pagos no ano anterior. Em 2006, ano da assinatura do inacreditável contrato de compra da refinaria de Pasadena, no Texas, a diretoria (composta por José Sérgio Gabrielli e os enrolados Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró) recebeu 6,2 milhões de reais. Naquele mesmo ano, ainda segundo a CVM, a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra fazia parte do comitê fiscal da estatal, incumbido de avaliar, entre outras coisas, a saúde financeira e os deveres tributários da empresa.

Desde a compra de Pasadena até o ano passado, os salários oscilaram 120%, num movimento descolado da variação da inflação no período – de 50,5%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2011, ano em que a estatal teve de desembolsar 820 milhões de dólares para concluir o acordo com a belga Astra Oil e encerrar o litígio sobre a compra da refinaria no Texas (que resultou num rombo de 1,18 bilhão de dólares), os diretores tinham inúmeras razões para sorrir. Ganharam 12,222 milhões de reais, o equivalente a 1,74 milhão por executivo – uma alta de 50% em relação ao ano anterior.

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Os salários apresentados pela companhia à CVM não estão fora dos padrões de mercado para empresas de capital aberto. A Ambev, maior empresa da Bolsa de Valores e amplamente renomada por sua política de meritocracia, pagou o dobro que a Petrobras à sua diretoria no ano passado (incluindo remuneração fixa e variável). A diferença entre ambas é que, no caso da Petrobras, a evolução salarial dos diretores que, em muitos casos, atuaram como artífices de negócios malsucedidos, nem sempre é resultado do mérito.

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