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Obama voltará a se reunir com republicanos nesta segunda-feira para tentar evitar calote da dívida

Reunião deste domingo terminou sem acordo; presidente quer aumentar limite da dívida americana, que supera US$ 14 tri. Impasse já deixa FMI preocupado

Por Da Redação
10 jul 2011, 19h28

Lagarde afirmou que, se os americanos não chegarem a um acordo, este será um grande golpe para os mercados de ações, com consequências muito graves, não apenas para os EUA, como para toda a economia global

A reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e os líderes republicanos e democratas do Congresso terminou neste domingo com poucos avanços e o compromisso de novo encontro nesta segunda-feira para aproximar posturas. O objetivo da conversa era negociar com os membros do partido opositor a redução da dívida pública dos Estados Unidos. Washington busca um acordo sobre o tema como forma de evitar a insolvência do governo americano.

Neste domingo, o presidente americano Barack Obama esteve reunido com dois representantes de peso do Partido Republicano: John Boehner, presidente da Câmara dos Representantes, e Mitch McConnell, líder da legenda no Senado.Também participou da reunião o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid.

O encontro terminou por volta das 19h30 (horário local, 20h30 de Brasília), após 75 minutos de conversas que começaram com uma alegação de Obama sobre a “necessidade” de alcançar um acordo que aumente o teto da dívida acima do limite de US$ 14,3 trilhões, autorizado unicamente até o dia 2 de agosto.

Convocada para esta segunda-feira, a nova tentativa será precedida de uma entrevista coletiva matutina na qual o próprio Obama responderá perguntas sobre a crise de dívida vivida pelo país, informou a Casa Branca em comunicado.

Impasse – Os republicanos se recusam a aumentar o limite da dívida americana, que já está em 14,29 trilhões de dólares, a menos que Obama concorde em reduzir o crescente déficit do país, a começar pelo corte em programas federais de auxílio aos pobres e idosos. Os democratas não concordam com as exigências republicanas – e tentam emplacar programas de aumentos de impostos para milionários e bilionários, como forma de aumentar a receita do país.

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Quando questionado sobre um acordo para reduzir o déficit orçamentário e aumentar o teto de endividamento, Obama disse que é preciso chegar a um consenso em 10 dias sobre este assunto. “Nós precisamos disso”, acrescentou.

De acordo com o Secretário do Tesouro do país, Timothy Geithner, Obama quer chegar “à maior operação possível” de redução da dívida. As declarações foram feitas após os republicanos afirmarem que o pacote de 4 trilhões de dólares apresentado pela Casa Branca estava fora da mesa de negociações. Geithner disse também que um acordo requer compromisso dos dois lados. Na noite de sábado, o deputado republicano John Boehner afirmou à Casa Branca que lutaria pela aprovação de um pacote menor, de 2 trilhões de dólares. Boehner enfrenta dura oposição de correligionários republicanos à perspectiva de elevação de impostos, como parte de um acordo de grande escala.

O Congresso americano tem até o dia 2 de agosto para aprovar a elevação do teto do endividamento interno do país. As declarações de Boehner, portanto, ameaçam as negociações entre Obama e os congressistas. Se a Casa Branca, de fato, falhar em sua tentativa de resolver o problema da dívida interna dos EUA, o resultado poderá ser a primeira insolvência do país em suas obrigações financeiras. A Casa Branca e economistas americanos alertam que tal situação poderia empurrar os EUA para a recessão e desencadear o caos no sistema financeiro mundial.

FMI – A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, tem a mesma opinião. Neste domingo, ela afirmou que um eventual não cumprimento, ou default, por parte dos Estados Unidos em relação a seus compromissos de dívida poderá colocar em risco a estabilidade da economia mundial. A francesa pediu aos políticos americanos que cheguem a um acordo sobre o Orçamento. Lagarde afirmou que, caso os americanos não cheguem a um acordo, este será um grande golpe para os mercados de ações, com consequências muito graves, não apenas para os Estados Unidos, como para toda a economia global, já que os Estados Unidos são um ator muito importante e afeta muito a outros países.

Mas Lagarde ressaltou sua confiança de que os Estados Unidos não optarão pelo default, apesar das tensas negociações entre a Casa Branca e os líderes republicanos para subir o limite da dívida que o país pode assumir. “Não posso imaginar nem por um segundo que os Estados Unidos caiam em default”, concluiu.

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Numa reação imediata, o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, afirmou que os Estados Unidos cumprirão com seus compromissos financeiros. “Os Estados Unidos não cairão em default, já que os líderes do Congresso entendem isso”, afirmou Geithner, repetindo que haverá um acordo até 2 de agosto – data na qual, segundo o Tesouro, a maior economia mundial já não estará em condições de pagar suas dívidas caso o Congresso não aprove um aumento do limite do endividamento federal. Os republicanos, por sua vez, se negam a dar seu voto a menos que o executivo aceite drásticos cortes nos gastos orçamentários.

Negociações – Assessores de Obama e Boehner vinham trabalhando para formatar um pacote de grande amplitude, de corte de gasto e novas receitas, que reduziria o déficit em 4 trilhões de dólares ao longo de dez anos e abriria caminho para a elevação do teto para o governo tomar empréstimos, atualmente fixado em 14,3 trilhões de dólares. Mas a decisão de Boehner afastou a esperança de qualquer acordo imediato e levantou dúvidas sobre a possibilidade de que as conversações deste domingo possam terminar em avanços para o debate sobre a dívida, que resultem no fim do impasse.

Os diálogos foram retomados na quinta-feira em meio aos temores de que os Estados Unidos caiam em default. Obama se reunirá à tarde com os líderes da Câmara dos Representantes, dominada pelos republicanos, e do Senado, controlado pelos democratas.

(Com agências EFE, France-Presse, Reuters e Estado)

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