Mudança no compulsório não afeta Selic, diz Mantega
Em evento realizado no Rio de Janeiro, o ministro falou que a taxa básica de juros é impactada principalmente pela meta da inflação
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse, nesta segunda-feira, que as mudanças feitas nos depósitos compulsórios bancários não têm grande impacto sobre a Selic, a taxa básica de juros da economia. Mantega, que participou do evento do Sindicato da Indústria Naval (Sinaval), no Rio de Janeiro, afirmou que o que tem mais impacto sobre a Selic é o cumprimento da meta de inflação.
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Na última quinta-feira, o Banco Central anunciou mudanças nas regras de dedução do recolhimento de depósitos compulsórios a prazo. Pela nova regra, a compra de carteira pelos grandes bancos pode ser deduzida se a instituição vendedora tiver 20% do passivo em depósitos a prazo e também em letras financeiras. A regra anterior não previa a inclusão de letras financeiras neste critério.
Após dois anos, o BC também atualizou o valor do patrimônio de referência dessas instituições vendedoras, que passou de 2,2 bilhões de reais para 3,5 bilhões de reais. Foi mantida a norma que determina que esses bancos vendedores devem ter 20% dos ativos relacionados a operações de crédito.
No evento desta segunda-feira, o ministro disse ainda que o investimento fica “mais reticente” em momentos de crise e, por isso, são necessários estímulos para tornar a economia mais atraente. Ele lembrou que o governo está reduzindo custos para a indústria, elevando a oferta de crédito, entre outras medidas para estimular a economia.
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Crescimento – Ainda no evento do Rio, Mantega falou que a decisão de tomar medidas anticíclicas não compromete a política fiscal do governo. “Não significa abandonar a solidez fiscal, está mantida”, declarou.
O ministro destacou que o governo prevê crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima de 4% no ano que vem. Para isso, será necessário elevar os investimentos de 8% a 10% em relação a este ano.
Mantega disse que o governo repete as medidas anticíclicas adotadas em 2009, após a crise financeira mundial de 2008, para manter o nível de investimentos. Ele informou ainda que as desonerações vão somar 45 bilhões de reais até o fim do ano. “Estamos fazendo novamente esta política anticíclica.”
(com Estadão Conteúdo)