Mercado reduz projeção de inflação e melhora expectativa para o PIB
Analistas ouvidos pelo BC para o relatório Focus desta semana também melhoraram suas estimativas para a produção industrial, pilar importante da economia
O mercado deu continuidade aos ajustes de suas projeções para este ano ao reduzir a perspectiva de inflação e câmbio e elevar a de expansão da economia. Os economistas ouvidos pelo BC para a pesquisa semanal Focus, divulgada nesta segunda-feira, também mantiveram a estimativa da Selic, a taxa básica de juros, estável em 7,25% neste ano, a despeito das recentes declarações do presidente do BC, Alexandre Tombini, e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que a política monetária pode ser usada como meio de manobra para controlar a elevação da inflação.
Os analistas consultados veem a inflação agora encerrando o ano a 5,69%, ante 5,7% anteriormente. Contudo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado prévia do indicador oficial de inflação, registrou alta de 0,68% em fevereiro, de acordo com dados divulgados na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representou uma desaceleração dos preços em relação a janeiro, quando o indicador ficou em 0,88%. O índice, contudo, está bem acima do registrado no mesmo período do ano passado: 0,53%.
Já a expectativa para o dólar no final de 2013 é de 2,00 reais, ante 2,02 reais na semana anterior.
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A projeção dos economistas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013 é de 3,1%, a mesma vista há quatro semanas e ligeiramente melhor do que a estimativa apontada na semana passada, de 3,08%. A produção industrial esperada para o ano, ainda segundo o relatório, é de expansão de 3,10%. Na semana passada, os economistas previam um indicador da indústria menor, de 3%, o que mostra uma tendência mais otimista do mercado com relação ao desempenho econômico.
O BC projeta que o PIB chegará a uma expansão de 3,3% em 12 meses no terceiro trimestre deste ano. Na semana passada o diretor de política econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, disse que o único segmento da demanda no Brasil que mostra fragilidade é o investimento. “Tivemos um problema de oferta no ano passado.” Isso teve impacto no nível de atividade, mas, segundo dados que já são conhecidos, o BC vê a economia do primeiro trimestre deste ano mais “em linha” com as suas projeções.
“As informações disponíveis até agora mostram que a atividade do primeiro trimestre está mais em linha com nossa expectativa”, disse Hamilton, após o BC ter divulgado o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de sinalizador do PIB brasileiro. O IBC-Br avançou 0,26% em dezembro ante novembro e encerrou 2012 com alta de 1,35%, de acordo com dados dessazonalizados. O resultado veio abaixo da projeção de analistas. Na comparação com o terceiro trimestre, o IBC-Br avançou 0,62% nos últimos três meses do ano, mostrando desaceleração ante a alta de 1,12% no terceiro trimestre sobre o segundo.
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(com agência Reuters)