Lucro da Telefônica global cai 34% no 1º semestre
Pressionada por uma dívida de US$ 69 bi, a operadora espanhola estaria perto de vender a Atento, sua empresa de call center, para a Bain Capital
A empresa espanhola de telecomunicações Telefônica, que no país é dona da Vivo, reportou em Madri nesta quarta-feira queda de 34,4% de seu lucro líquido no primeiro semestre ante igual período do ano anterior, para 2,55 bilhões de dólares. No Brasil, o resultado da empresa espanhola também mostrou declínio, embora menor, de 5,6%, para 531 milhões de dólares.
O lucro líquido global da tele também caiu no segundo trimestre ante o mesmo intervalo de 2011. O declínio somou 13,71%. É o segundo recuo trimestral consecutivo, decorrente, sobretudo, da conjuntura econômica considerada desfavorável na Espanha.
Diante dos resultados ruins e da pressão exercida por uma enorme dívida de 69 bilhões de dólares, a companhia anunciou o cancelamento do pagamento de dividendos a seus acionistas, um programa de recompra de ações e o corte de pagamentos de salários a membros da diretoria.
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Venda de ativos – Para fazer caixa, a Telefonica já estuda, inclusive, a alienação de novos ativos. No mês passado, a operadora levantou 1,4 bilhão de dólares com a venda de sua fatia na China Unicom, de Hong Kong.
Segundo informações da agência Bloomberg veiculadas nesta terça-feira, o grupo estaria perto de fechar a venda da Atento, sua empresa de call center. A nova dona empresa será possivelmente a gestora de recursos americana Bain Capital.
Ainda de acordo com a Bloomberg, a Atento – que opera em 17 países, inclusive no Brasil, onde possui seu maior quadro de funcionários – é avaliada em 700 milhões de euros, ou cerca de 848 milhões de dólares. Contudo, no passado, a Telefônica teria avaliado a companhia em 1 bilhão de euros. Analistas espanhóis dizem que o preço da Atento tem sido afetado, sobretudo, pela baixa perspectiva de crescimento da empresa e pelos riscos trabalhistas, concentrados no Brasil.
Porta-vozes da Bain Capital e da Telefônica preferiram não se pronunciar sobre o eventual acordo.