Moody’s rebaixa nota da Telefónica
Com queda de receita em suas unidades europeias e elevado endividamento, nota da dívida da empresa sofre rebaixamento por parte de agências de risco
A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou nesta quarta-feira a nota da dívida do grupo Telefónica em um grau, para “Baa2”. Segundo a empresa de avaliação, tem afetado a receita da operadora a grave crise econômica da Espanha, onde uma pessoa em cada quatro está desempregada. Diante deste quadro, a Moody’s decidiu deixar as “portas abertas” para um possível novo rebaixamento.
O grupo espanhol sofre pressão das agências também por conta de seu elevado endividamento, que se associa a um cenário de queda no faturamento em suas unidades europeias. Em setembro de 2010, a operadora alavancou-se significativamente para comprar do grupo portugês Portugal Telecom sua parcela na brasileira Vivo. A companhia espanhola pagou 5,85 bilhões de dólares por 50% da Brasilcel, a holding que possui 60% da Vivo.
A Telefonica já começa a preparar a listagem de sua unidade na Alemanha, a O2, na Bolsa de Frankfurt (Alemanha) e, possivelmente, de algumas de suas divisões na América Latina nos respectivos mercados-sede dessas companhias. Ela precisa levantar entre 7 bilhões de euros e 8 bilhões de euros por ano até 2015 para cumprir com o vencimento de dívidas.
Rebaixamentos – Em maio, outra agência de classificação de risco, a Standard & Poor’s, reduziu o rating de dívida do grupo para “BBB”, citando a intensa pressão na Espanha, assim como a deterioração das perspectivas em outros mercados da Telefónica na Europa, como o Reino Unido.
No mês passado, a própria Moody’s já havia colocado o nota da Telefónica em revisão. Segundo relatório da época, as preocupações eram se a companhia estava se movendo no tempo suficiente para reduzir seu endividamento. “Se a Telefónica listar parte de seu negócio na Alemanha, eles ainda podem manter o controle e levantar uma quantia significativa de caixa para pagar dívida”, disse o analista da Moody’s, Carlos Winzer.
A unidade alemã valeria entre 8 bilhões e 10 bilhões de euros. Winzer destaca que a Telefónica precisa entregar sua meta de alavancagem de dívida sobre OIBDA (lucro operacional antes de depreciação e amortização) de 2,35 vezes até o fim do ano.
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(com agências AFP e Reuters)