O ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, movimentou-se incessantemente durante o último semestre para chegar ao shortlist de Dilma para o Ministério da Fazenda. O esforço foi hercúleo. Mudou-se para São Paulo, onde passou a integrar os quadros da Fundação Getulio Vargas (FGV), e passou a frequentar com certa assiduidade o bairro do Ipiranga, onde Lula mantém seu quartel – o instituto que leva seu nome. A tentativa de estreitamento de laços era parte de um objetivo bem traçado: sabendo do fiasco econômico ocorrido nos últimos quatro anos, Lula ansiava por uma mudança profunda na equipe econômica. E Barbosa queria fazer parte dela. A ideia nunca agradou totalmente a presidente Dilma, tanto que Lula sugeriu com entusiasmo outros nomes, como Luiz Carlos Trabuco e Henrique Meirelles. Dilma avaliou o perfil de Meirelles “desalinhado” demais com seu governo e optou por Trabuco, que declinou o convite. O caminho se abria para Barbosa. Mas o nome de Joaquim Levy atropelou a indicação e o economista foi presenteado com o Ministério do Planejamento – que perdeu tanta visibilidade durante o governo Dilma que, nos bastidores, era chamado de “secretaria”. O prêmio de consolação, ao que parece, não agradou. (Ana Clara Costa, de São Paulo)