Juro alto é entrave para crescimento, diz Dilma
Presidente apontou câmbio e impostos como outros dois obstáculos econômicos para o país
A presidente Dilma Rousseff voltou a criticar nesta terça-feira o nível atual das taxas de juros finais praticadas pelos bancos. Durante evento da Marcha dos Prefeitos, em Brasília, ela disse que os altos juros, incompatíveis com o mercado internacional, estão entre os três principais entraves para o crescimento econômico do país.
Dilma colocou a taxa de câmbio como o segundo desafio para o país. “Nós tivemos ainda nos últimos dias vários fatores que têm de ser considerados; mas nós tivemos taxas de câmbio extremamente sobrevalorizas até recentemente”, disse.
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Os impostos foram apontados como a terceira trava para o desenvolvimento econômico. Em seu discurso, a presidente reiterou ainda que o Brasil precisa enfrentar a questão tributária, mesmo com as resistência existentes para se fazer uma ampla reforma. “Tem que entrar na pauta que reforma tributária nós queremos”, declarou.
A presidente disse ainda que existem distribuição e tributação inadequada no Brasil e que o país tributa – erroneamente – insumos fundamentais para seu desenvolvimento. “Não conheço muitos países que tributa energia elétrica, nós tributamos”, disse. Porém, lembra que é difícil implantar uma reforma tributária, assim como foi difícil aprovar a resolução 72, que unifica em 4% a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para produtos importados – primeiro passo da reforma tributária. “O país praticava incentivo à importação contra a produção local”, comentou.
Crise – Apesar de destacar o desejo de ter um Brasil crescendo de forma constante e equilibrada, com a inflação sob controle, Dilma diz que o país precisa estar preparado para enfrentar um longo período de crise mundial. “Essa crise que os países desenvolvidos estão passando pode levar 5, 6, 7 anos. Acaba passando, mas nesse período temos muito o que fazer”, fala.
(Com Agência Estado)