JPMorgan faz acordo de US$ 1,7 bi para escapar de julgamento no caso Madoff
Banco foi acusado de omissão sobre as irregularidades praticadas pelo gestor, que drenou mais de 50 bilhões de dólares num esquema de pirâmide nos Estados Unidos
O banco JPMorgan Chase aceitou pagar 1,7 bilhão de dólares às autoridades americanas para evitar ir a julgamento por ter participado, indiretamente, do esquema fraudulento do gestor Bernard Madoff, que drenou mais de 50 bilhões de dólares de Wall Street ao longo de sua carreira no setor financeiro. O acordo da procuradoria com o banco foi anunciado nesta terça-feira pelo procurador federal de Manhattan, Preet Bharara, em comunicado.
O acordo livra a instituição financeira de ir a julgamento ao mesmo tempo em que a obriga a reconhecer seus erros, diz o comunicado. O JPMorgan é acusado pelas autoridades de ter ignorado indícios da fraude do gestor. A Justiça alega que o banco tinha conhecimento sobre as irregularidades dos fundos de Madoff e as reportou a autoridades britânicas, mas omitiu tais preocupações aos órgãos reguladores dos Estados Unidos. O gestor foi condenado à prisão perpétua em 2009.
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Desde sua prisão, Madoff tem constantemente acusado os bancos de serem coniventes com o esquema montado e terem fechado os olhos para as claras irregularidades presentes na gestão de seus fundos de investimento – que davam retornos muito superiores aos de qualquer outra aplicação de Wall Street. Em 2010, o JP Morgan foi processado juntamente com o HSBC e o UBS pelo advogado das vítimas da fraude, Irving Picard.
Com esta nova multa, o banco americano soma 20 bilhões de dólares pagos nos últimos 12 meses para tentar se livrar de acusações, segundo o jornal The New York Times.