Japão faz intervenção no mercado para conter alta do iene
Moeda se aproximava de seu nível mais alto no pós-guerra em relação ao dólar quando o governo interveio, ação bem recebida pelos mercados nesta quinta
O governo do Japão interveio nesta quinta-feira no mercado de divisas para depreciar o valor do iene, que se encontrava em seu nível mais alto frente ao dólar nos últimos quatro meses e perto de seu máximo no pós-guerra.
O ministro das Finanças japonês, Yoshihiko Noda, confirmou que as autoridades monetárias japonesas decidiram intervir para resistir aos movimentos especulativos e frear a valorização da moeda local, que na manhã desta quinta se movimentava próximo a 77 unidades frente ao dólar.
Minutos depois da intervenção, o dólar subia a 78 ienes, enquanto o euro, que se movimentava em torno dos 110,6 ienes na abertura do mercado de Tóquio, se valorizava a 112.
Os investidores da Bolsa de Valores de Tóquio também responderam de uma forma favorável à intervenção, com o índice Nikkei registrando avanço de 1%.
Trata-se da terceira intervenção no mercado de divisas para depreciar o iene em menos de um ano, após a efetuada em março pelo Grupo dos Sete (Estados Unidos, Alemanha, Japão, França, Itália, Reino Unido e Canadá) e em setembro do ano passado pelo governo japonês.
Em março, o G7 acordou uma operação conjunta de venda de ienes depois que a moeda japonesa alcançou seu valor máximo frente ao dólar desde a Segunda Guerra Mundial, chegando a 76,25 ienes após o terremoto e o devastador tsunami.
Antes, em setembro de 2010, o governo japonês interveio no mercado pela primeira vez em seis anos com a venda de 2 trilhões de ienes (18 bilhões de euros) a fim de desvalorizar a moeda local, que era cotada então a 82 unidades frente ao dólar, um nível recorde em 15 anos.
A operação desta quinta-feira aconteceu pouco antes do início da reunião mensal de dois dias do Banco do Japão (BOJ), que deve tomar medidas adicionais de flexibilização monetária.
Leia também
Governo japonês demonstra preocupação com alta do iene
(com Agência EFE)