Japão deverá crescer 2,2% em 2012, aponta OCDE
Em abril, entidade havia previsto aceleração de 2,3% do PIB japonês para 2012
Após as previsões de recessão de 0,9% para 2011, economia japonesa deverá registrar um crescimento de 2,2% em 2012, estimou nesta quarta-feira a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que voltou a rever para baixo suas previsões sobre o país, após concluir que o impacto do terremoto e da crise nuclear foi mais forte do que o esperado.
No final de abril, a OCDE já havia reduzido à metade, para 0,8%, sua estimativa de crescimento em 2011 para o Japão. Além disso, a entidade acreditava que, devido ao bom ritmo dos trabalhos de reconstrução, a economia japonesa conseguiria crescer 2,3% em 2012. “A amplitude dos danos provocados por esta catástrofe sem precedentes no Japão e seu impacto econômico serão realmente perceptíveis nos próximos meses”, relatou a OCDE em suas últimas perspectivas econômicas.
De acordo com a entidade, o Produto Interno Bruto (PIB) do país diminuiu a uma taxa interanual de 3,7% no primeiro trimestre, arrastando o Japão para a recessão. ” Devemos esperar uma nova contração no segundo trimestre de 2011″, acrescentou o documento.
Puxada pelo aumento dos gastos públicos para a reconstrução, a economia japonesa deve ter uma recuperação relativamente rápida, segundo a avaliação do órgão. No entanto, a organização menciona as incertezas que pairam no cenário japonês. “Em particular no que diz respeito à duração da falta de eletricidade e aos problemas da central nuclear de Fukushima”, aponta a OCDE.
Incertezas – Nesta quarta-feira, o Ministério das Finanças japonês anunciou uma queda da balança comercial do país em abril, ainda em consequência do terremoto seguido de tsunami que devastou a costa nordeste no dia 11 de março. Os efeitos do desastre dificultam a vida dos setores exportadores, sobretudo a indústria automobilística e eletrônica. A balança comercial japonesa encerrou o mês de abril com um saldo negativo de 463,7 bilhões de ienes (5,622 bilhões de dólares). Já as exportações da terceira potência econômica mundial caíram 12,5% no cálculo interanual, no mais brutal retrocesso desde outubro de 2009.
A catástrofe de março destruiu ou danificou várias fábricas na região de Tohoku, incluindo fornecedores de peças das montadoras e dos fabricantes de produtos eletrônicos. Uma das consequências disto foi uma queda violenta (de mais de 60%) das vendas de automóveis japoneses no exterior em relação a abril de 2010. Ao mesmo tempo, os japoneses estão importando mais: as compras do país no exterior aumentaram 8,9%, principalmente em função da demanda de combustível.
(Com AFP)