EUA investigam JP Morgan por corrupção em Hong Kong
SEC averigua se o banco deu emprego a filhos de autoridades chinesas para ser favorecido em contratos bilionários com empresas estatais
O governo americano abriu uma investigação sobre contratações do banco de investimentos JP Morgan Chase na China. A Securities and Exchange Commission (SEC) – o equivalente americano da Comissão de Valores Mobiliários – averigua se o banco deu emprego a filhos de autoridades chinesas para ser favorecido em contratos bilionários com empresas estatais. A informação foi publicada pelo jornal The New York Times, que teve acesso a documentos do processo.
O banco contratou em Hong Kong, por exemplo, o filho do agora presidente do grupo Everbright, e obteve depois disso vários contratos com o conglomerado financeiro.
O JP Morgan também deu emprego à filha de um alto funcionário do Ministério dos Transportes Ferroviários da China – e passou então a gerenciar mais de 5 bilhões de dólares da oferta pública inicial de ações da estatal que comanda as ferrovias do país. Suspeita-se que esse tipo de contratação tenha sido rotineiro nos últimos anos. Os investigadores da SEC pediram informações sobre “todos os empregados do JP Morgan que também trabalharam com o Ministério” em anos recentes.
A contratação de gente “bem relacionada” não é inerentemente ilegal – ou mesmo imoral. Segundo as leis americanas, no entanto, uma empresa pode ser punida se for provado que a contratação foi feita em troca de vantagens.
A legislação que pune empresas americanas que corrompem autoridades de outros países remonta à década de 1970. Em 2010, a SEC intensificou seus esforços para coibir práticas desse tipo e deu início, desde então, a mais de 40 investigações.
A porta voz do JP Morgan Chase em Hong Kong, Marie Cheung, disse neste domingo que o banco vai “cooperar integralmente” com as autoridades americanas.
(Com Estadão Conteúdo)