Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Elevação de imposto de bancos aumentará a arrecadação, mas encarecerá crédito

Aumento da CSLL vai impactar o spread bancário e, consequentemente, no custo do crédito, mas permitirá ao governo arrecadar RS$ 747 milhões

Por Da Redação
22 Maio 2015, 13h46

A Medida Provisória (MP) 675 publicada nesta sexta-feira no Diário Oficial e que eleva a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), deve trazer aos cofres públicos cerca de 747 milhões de reais este ano. A medida entrará em vigor no dia 1º de setembro de 2015. Para o ano que vem, a Receita espera arrecadar 3,8 bilhões de reais a mais.

Estes dados foram divulgados nesta sexta pela Receita Federal por meio de nota à imprensa. A expectativa era de que o órgão concedesse uma coletiva com técnicos para detalhar a MP. A medida aumenta de 15% para 20% a alíquota da CSLL devida pelas pessoas jurídicas de seguro privado e de capitalização e pelas instituições financeiras.

Apesar de ajudar o governo a fechar as contas, a elevação da alíquota vai encarecer o crédito e as tarifas bancárias e afetar, no fim das contas, o bolso dos brasileiros. “Não existe almoço grátis”, diz o economista da MCM Consultores Associados, Antonio Madeira.

Ele argumenta que, do ponto de vista político, a MP não trará embaraços com o Congresso Nacional. Mas, para as empresas e famílias, o efeito será o aumento do spread bancário, que é a diferença entre o custo de captação dos bancos e os juros cobrados efetivamente dos clientes. Essa elevação, consequentemente, afetará o custo final do crédito. “Além disso, haverá aumento das tarifas dos serviços bancários”, diz o economista.

Continua após a publicidade

Madeira argumenta que, dada a contração da atividade econômica em andamento no Brasil, “resta ao governo tentar aumentar sua arrecadação junto àqueles setores com ganhos razoáveis, como o setor bancário”.

Além disso, a medida de quinta-feira permite a obtenção de uma receita extra neste ano por ser tratar de uma contribuição. Se fosse um aumento de imposto de renda sobre o lucro, exemplifica Madeira, a arrecadação ocorreria, de fato, somente no ano que vem.

Mais impostos – No início da semana, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que o governo avaliava a possibilidade de elevar tributos dependendo do andamento das medidas de ajuste fiscal no Congresso.

Continua após a publicidade

LEIA TAMBÉM:

Para aprovar ajuste, governo cede em mudanças no abono salarial

Governo desiste de tributar ganho de empresas com variação cambial

Continua após a publicidade

As mudanças realizadas pelo Congresso até o momento nas medidas provisórias 664 e 665, que alteram as regras de acesso a benefícios previdenciários e trabalhistas, reduziram a expectativa de ganho com essas medidas neste ano em 3,5 bilhões de reais, de acordo com estimativas do governo. As MPs ainda estão tramitando no Legislativo.

O governo também já não pode contar com a estimativa de ganho de 5 bilhões de reais neste ano com a reversão parcial da desoneração da folha de pagamento das empresas, já que provavelmente as mudanças entrarão em vigor apenas no fim do ano.

Nesta quinta, a Receita Federal voltou a divulgar dados decepcionantes sobre a arrecadação, que caiu em abril para 109,24 bilhões de reais, no pior resultado para o mês em cinco anos. Durante a entrevista, técnicos da Receita disseram que novas medidas tributárias seriam adotadas para reforçar as contas públicas.

Continua após a publicidade

LEIA MAIS:

Levy discute com senadores reforma do ICMS – mas não detalha seu impacto

Levy aumenta a lista de impostos que podem ter alta neste ano

Continua após a publicidade

Para retomar a confiança do investidor, o governo está perseguindo uma meta de superávit primário neste ano de 66,3 bilhões de reais, equivalente a cerca de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Mas nos doze meses encerrados em março, o setor público ainda registra déficit primário de 0,7% do PIB.

A elevação da CSLL não é o primeiro aumento de tributos adotado pelo governo neste ano. Em janeiro, o governo anunciou a retomada da cobrança da Cide-Combustível, elevação da alíquota do IOF nas operações de crédito de pessoas físicas e do PIS/Cofins de produtos importados.

Além do aumento de tributos, o governo também irá promover um grande redução nos gastos. Deve ser anunciado nesta sexta-feira o contingenciamento do Orçamento deste ano, que poderá chegar a 80 bilhões de reais.

(Com Reuters e Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.