Dólar caro reforça aposta no cinema nacional
Paris Filmes, maior distribuidora independente do país, planeja reduzir em 50% as compras de produções estrangeiras para compensar o câmbio
O brasileiro deve ver mais filmes nacionais no cinema a partir de 2016. Mesmo a maior entre as distribuidoras independentes do Brasil, a Paris Filmes, pretende dar um fôlego maior às produções locais, em detrimento das internacionais. “Vou diminuir as compras em 50% e aumentar a oferta de cinema nacional”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo Marcio Fraccaroli, sócio e presidente da Paris, fundada em 1968. Como consequência, o domínio das produções estrangeiras, que hoje é de 85% no mercado brasileiro, pode ser reduzido nos próximos anos.
Todo o mercado de compra de filmes é dolarizado. Embora os agentes de venda estejam cientes da desvalorização do real, o que pode reduzir os preços de algumas negociações, o fator câmbio, vai continuar a pesar. Além disso, em alguns casos, a produtora internacional recebe, além do valor fixo, uma parcela da renda do filme nos cinemas em cada mercado. No caso do Brasil, diz Fraccaroli, por maior que seja a bilheteria, a conversão em dólar hoje fica pouco atraente.
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Outra distribuidora que está com olhos voltados para o cinema nacional é a Europa Filmes, empresa de Wilson Feitosa. A empresa, que já foi uma das principais distribuidoras do país, sendo responsável por vencedores de Oscar como Menina de Ouro e O Paciente Inglês, teve problemas societários e hoje se dedica a produções de arte. As apostas mais comerciais concentram-se em filmes nacionais. Em 2016, pretende lançar dez produções locais. Um de seus próximos lançamentos é SOS – Mulheres ao Mar 2, com Giovanna Antonelli. É uma aposta grande para a “nova” Europa, diz Feitosa. Só a publicidade para o lançamento custará 4 milhões de reais.
(Da redação)