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Dólar atinge maior cotação em três anos e meio, a R$ 2,08

Investidores correm para a moeda americana ante o temor de que o presidente dos Estados Unidos não encontre solução rápida para o 'abismo fiscal'

Por Da Redação
16 nov 2012, 17h33

Impulsionada pelo temor de uma crise fiscal nos Estados Unidos (veja quadro explicativo) e pelos problemas econômicos da Europa, a moeda norte-americana registrou nesta sexta-feira forte alta ante o real. Cotada a 2,0818 reais, o valor de fechamento foi o maior em três anos e meio. A expectativa dos investidores agora é que o Banco Central atue para trazer novamente a divisa para um patamar próximo de dois reais.

O dólar subiu 0,76% nesta sexta, encerrando os negócios a 2,0818 reais para venda. Uma cotação tão alta assim não era verificada desde 15 de maio de 2009, quando a moeda fechou a 2,109 reais. A divisa encerrou o pregão próxima da máxima do dia, que foi de 2,0840 reais. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,5 bilhão de dólares.

Aversão ao risco – Com baixo volume, o mercado ficou à mercê da movimentação dos mercados internacionais, onde a questão fiscal dos Estados Unidos vem pesando. Nesta sexta, líderes republicanos mostraram-se abertos a um acordo sobre o assunto após reunião com o presidente norte-americano, Barack Obama. Ainda assim, a notícia não foi suficiente para acalmar os investidores, que temem pelo forte impacto dos aumentos de impostos e cortes de gastos públicos a serem disparados automaticamente em 1º de janeiro de 2013 se Obama e o Congresso não chegarem a um acordo para o chamado “abismo fiscal“.

“Depois que passou de 2,08 reais, acendeu o alerta vermelho. O BC com certeza está acompanhando de perto a moeda e pode atuar”, afirmou o operador de câmbio da Intercam Corretora Glauber Romano. Na avaliação dele, a autoridade monetária deve defender o teto informal de 2,10 reais.

“Os problemas são os mesmos, os Estados Unidos continuam com o problema fiscal e a zona do euro prossegue em uma situação ruim, fazendo essa alta continuar”, acrescentou Romano.

BC de volta – O dólar já subiu 2,54% sobre o real em novembro e essa recente valorização da moeda – que ficou em torno de 2,02 e 2,03 reais por meses – traz a expectativa de que o BC poderá voltar a atuar na ponta vendedora de modo a segurar uma apreciação ainda maior da divisa – o que poderia implicar possíveis repasses à inflação.

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A última vez que a autoridade monetária realizou uma operação de swap cambial tradicional – equivalente a uma venda de dólares no mercado futuro – foi no final de junho, quando o dólar chegou a bater 2,10 reais ao longo do dia.

Operadores acreditam que próximo do patamar de 2,08 reais, o BC pode atuar. “Tinha uma expectativa no mercado em relação a esses 2,08 reais… Não descarto que o BC atue diante de uma alta persistente ou movimento mais abrupto, mas hoje foi um dia de baixa liquidez”, declarou o consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi Mauricio Nakahodo.

Feriados – O baixo volume de negócios nesta sexta pode ter potencializado os movimentos. O feriado da Proclamação da República na quinta-feira e outro feriado na terça-feira nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro (Dia da Consciência Negra) estão limitando a liquidez dos mercados.

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Abismo fiscal – No exterior, as preocupações com os cortes de gastos e aumento de impostos automáticos que ocorrerão no início do ano que vem nos EUA (entenda o ‘abismo fiscal’ americano) estão no foco dos mercados nos últimos dias. Esses temores têm sustentado a alta do dólar em todo o planeta. O grande pavor é que Barack Obama não consiga chegar rapidamente a um acordo com os congressistas americanos sobre o tema.

Com boas notícias da reunião do presidente americano com líderes republicanos e democratas, as bolsas do país, que operavam em queda, passaram a subir. A reversão, entretanto, não foi suficiente para trazer grande alívio às moedas. Às 17h42, o dólar tinha alta de 0,22% ante uma cesta de divisas, enquanto o euro caía 0,41% ante o dólar.

No Brasil, o Ibovespa caiu 1,56%, a 55 402 pontos, no menor nível de fechamento desde 26 de julho. Analistas destacaram que o índice de referência da Bolsa de Valores de São Paulo ficou abaixo do suporte gráfico dos 56 200 pontos, o que sugere piora na tendência de curto prazo. Na semana, o índice acumulou queda 3,41%, a maior desvalorização desde a última semana de setembro.

(com Reuters)

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