Desigualdade cai no país, mas não no Sudeste, diz Pnad
Distância entre os mais pobres e os mais ricos diminui no Brasil, mas teve aumento na região mais rica do país, como mostra a Pnad 2014, divulgada pelo IBGE
A desigualdade aumentou na região mais rica do país, o Sudeste, na passagem de 2013 para 2014. No total do Brasil, porém, o cenário foi melhor, pois diminuiu a distância entre os mais pobres e os mais ricos na distribuição de renda. O cenário está traçado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2014), divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE).
O Índice de Gini, que mede a distribuição da renda, melhorou no país como um todo, porque os 20% que ganham menos tiveram aumento no rendimento, enquanto os 10% que ganham mais tiveram redução. O indicador passou de 0,495 em 2013 para 0,490 em 2014, mantendo a trajetória decrescente iniciada em 2004. Na escala do índice, quanto mais perto de 1,0, pior é a distribuição da renda e quanto mais perto de zero, melhor.
“A queda (no Índice de Gini) se deu porque houve alta nos rendimentos mais baixos e queda nos rendimentos mais altos”, afirma Maria Lúcia Vieira, gerente da Pnad. Conforme o IBGE, o rendimento médio do trabalho em 2014 ficou em 1.774 reais, alta de 0,8% em relação a 2013.
Entre os 10% que ganham menos, o rendimento médio foi de apenas 256 reais, mas a alta real ante 2013 foi de 4%, acima da média. Já entre os 10% mais ricos, cujo rendimento médio foi de 7.154 reais houve queda real de 0,43% em relação a 2013 – entre o 1% mais rico, cuja renda média é de 20.364 reais a queda foi maior, de 3,42%.
Sudeste – Na contramão do país, o Sudeste viu a desigualdade aumentar em 2014. O resultado pode sinalizar os primeiros efeitos da recessão econômica aprofundada neste ano, a maior em 25 anos. “O que a gente viu no Sudeste é que houve aumento em todos as faixas de rendimento, exceto na mais baixa”, afirma Maria Lúcia.
Na região mais rica do país, os 10% mais pobres tiveram renda média do trabalho de 430 reais em 2014, 0,7% abaixo de 2013. Na média, os trabalhadores que moram no Sudeste tiveram renda de 2.037 reais, 2,5% acima de 2013. Com isso, o Índice de Gini local cresceu 0,7% no período, passando de 0,475 para 0,478.
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(Com Estadão Conteúdo)