Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Comissão Europeia apresenta três vias para criar eurobônus

Novo mecanismo dependeria de supervisão dos orçamentos nacionais. Alemanha resiste às propostas

Por Da Redação
23 nov 2011, 13h43

A Comissão Europeia apresentou nesta quarta-feira a proposta de criação do eurobônus para deter a crise da dívida na eurozona. O mecanismo depende, no entanto, de uma forte supervisão dos orçamentos nacionais. “Os objetivos deste pacote são o crescimento econômico, a estabilidade financeira e a disciplina fiscal. Tudo isso está conectado”, disse o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durao Barroso. “Precisamos disso para sair da situação emergencial atual”, acrescentou.

A apresentação desta quarta-feira é o ponto de partida para um debate europeu sobre o instrumento que compartilha o risco da dívida dos países da eurozona. A iniciativa é vista por seus defensores como a única solução duradoura para frear a crise que já exigiu o resgate de Grécia, Irlanda e Portugal.

Merkel resiste – Contudo, segundo a chanceler alemã, Angela Merkel, oferecer eurobônus sem antes atingir uma maior integração econômica entre os 17 países do euro é “como levantar uma casa pelo telhado”. A medida “não vai funcionar”, afirmou a chanceler. A Alemanha acredita que essa possibilidade dissuadiria os países com problemas fiscais na hora de realizar reformas.

Além disso, o país teme que a medida aumente o risco de seus próprios títulos. O custo do financiamento em Berlim caiu nos últimos meses, os investidores optaram por passar seu dinheiro para ativos mais seguros, entre eles as obrigações alemãs. Mas nem a Alemanha está salva da tensão dos mercados financeiros. Nesta quarta-feira, Berlim ofereceu 6 bilhões em obrigações com vencimento para 10 anos, mas emitiu de fato apenas 3,6 bilhões.

Continua após a publicidade

Substituição – Barroso quis ser otimista e afirmou que a oposição da Alemanha é “na verdade em relação à agenda” das opções apresentadas. Bruxelas levantou três opções para a criação do eurobônus. A mais eficaz é substituir os títulos atuais emitidos pelos 17 membros da eurozona por eurotítulos com garantias comuns.

A segunda opção é criar eurotítulos com garantias comuns que cobririam apenas uma parte do endividamento dos países, que continuariam emitindo obrigações nacionais.

A terceira possibilidade, a única que não requer uma modificação do Tratado de Lisboa, consiste em criar eurobônus para substituir parcialmente as obrigações nacionais, mas para isso, cada país teria que dar garantias.

Continua após a publicidade

Disciplina fiscal – O comissário de Assuntos Econômicos, Olli Rehn, prometeu que a criação dos eurobônus virá com uma estrita disciplina fiscal. Todos os países da eurozona serão obrigados a apresentar previamente seus projetos orçamentários à Comissão e ao Eurogrupo (de ministros das Finanças dos 17 Estados).

Os planos orçamentários serão examinados pelos representantes europeus antes de serem votados por seus respectivos Parlamentos. Bruxelas poderá pedir modificações se não for cumprido o Pacto de Estabilidade e Crescimento. Este último proíbe um déficit superior a 3% do PIB.

Esse controle já começou a gerar discussões nos Parlamentos. No Parlamento europeu, o deputado Jan Zahradil falou em “uma espécie de ditadura orçamentária dirigida por Bruxelas, Frankfurt, Paris e Berlim”.

Continua após a publicidade

(Com France-Presse)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.