Câmara aprova projeto do republicano Boehner
O próximo passo é a apreciação no Senado, de maioria democrata, onde tem mínimas chances de ser aprovada
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta sexta-feira, por 218 votos favoráveis e 210 contrários, o projeto do Partido Republicano que eleva o limite legal de endividamento do governo do país. As próximas etapas são a apreciação do projeto pelo Senado e, depois, a assinatura do presidente americano, Barack Obama. Por conta da rigidez da proposta, que traz uma sugestão de emenda constitucional que condiciona novos aumentos do teto a um orçamento federal equilibrado, há grandes chances de que seja vetada pelos senadores, cuja maioria é democrata. Além disso, Obama tem demonstrado preferência pela proposta do senador Harry Reid, de seu partido.
A ratificação da proposta de Boehner na Câmara pode até significar uma vitória republicana, haja vista que o partido finalmente conseguiu superar suas próprias divisões internas para emplacar um projeto próprio. Contudo, do ponto de vista de uma solução para endividamento americano, o impasse continua. O Senado, de maioria democrata, só estava a espera dessa definição para dar início a discussão, e possível votação, de seu projeto paralelo – de autoria do Reid.
A estratégia de manter discussões separadas no Legislativo americano é extremamente arriscada por conta do exígüo tempo para aprovação de uma solução para a crise da dívida do país. Em 2 de agosto, segundo o Tesouro, o governo federal ficará impedido de honrar seus compromissos por ter ultrapassado o limite de endividamento.
Proposta Boehner – A proposta apresentada pelo presidente da Cãmara dos Representantes, o deputado John Boehner, eleva o limite da dívida em 900 bilhões de dólares, o que seria suficiente para que o governo dos EUA continuasse a funcionar até fevereiro ou março de 2012, e reduziria o déficit do governo em pouco mais de 900 bilhões de dólares ao longo de dez anos. Ela também estabelece um comitê de legisladores que estudaria o orçamento federal em busca de pelo menos 1,8 trilhão de dólares adicionais em redução do déficit.
A emenda republicana atual é uma versão revisada do que o que havia sido apresentado na semana passada. O projeto original de Boehner estabelecia apenas a necessidade de haver uma votação de emenda constitucional para obter a elevação do limite de endividamento. A mudança de ‘última hora’ visou atender os pleitos das alas mais conservadoras da sigla, como o grupo do “tea party“.
(com Agência Estado)