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Nos portos, burocracia é problema ainda maior do que falta de infraestrutura

Para 157 empresas brasileiras ouvidas por uma consultoria, o excesso de burocracia superou os gargalos históricos do setor portuário nos últimos anos

Por Naiara Infante Bertão
15 Maio 2013, 08h43

Filas quilométricas de caminhões, buzinas estridentes, estresse, horas de engarrafamento e milhares de reais em prejuízos. Caos era a palavra que melhor definia o quadro que se formou em março nas proximidades do Porto de Santos, o mais importante ponto de saída para o comércio exterior. Medidas paliativas foram anunciadas, mas os transtornos voltaram menos de um mês depois. As super-safras de soja e de milho foram culpadas, mas o cenário só escancarou uma dura realidade brasileira: a falta de uma logística integrada, que inclui insuficiência de armazéns nas fazendas, problemas nas estradas de acesso ao litoral, falta de alternativas ao transporte rodoviário e o estrangulamento dos portos. Claro, não há novidade nos relatos acima, mas existe uma surpresa na reclamação dos usuários. Pela primeira vez, o excesso de burocracia do sistema portuário é apontado como o principal entrave dos portos do país.

O costume de enfrentar uma infraestrutura estrangulada no país ou o cansaço com as reclamações em vão para o poder público podem ter provocado a resposta que Instituto Ilos encontrou numa pesquisa com 189 profissionais de logística de 157 grandes empresas do Brasil. Para 61% dos entrevistados, a burocracia é um importante gargalo que prejudica a agilidade na saída de produtos para o mercado internacional. Essa é a primeira vez que as críticas contra a infraestrutura portuária brasileira são ofuscadas. Em 2012, dentre os dez principais problemas apontados pelos usuários, apenas três estão relacionados à deficiência de infraestrutura (Porto saturado, Acesso rodoviário e Infraestrutura de armazenagem), contra cinco do estudo realizado em 2009. As críticas em relação à operação portuária, representada pelo tempo de liberação das mercadorias, o relacionamento com as autoridades públicas e a janela de atracação de navios, aumentou nesta última pesquisa.

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Aos entrevistados foi dada uma lista de possíveis problemas para eles classificarem como de maior ou menor impacto para o negócio. Dos 20 itens, 18 receberam mais reclamações em 2012 do que em 2009 – apenas “Calado” e “Baixa frequência dos navios” diminuíram seus porcentuais. “O porto voltou a ficar cheio, a infraestrutura não está dando conta e o tempo de espera aumentou. Isso faz com que o usuário perceba mais problemas”, explica ao site de VEJA, Maria Fernanda Hijjar, diretora de Inteligência de Mercado do Instituto Ilos.

Outra observação importante é que as discussões sobre as mudanças nas regras portuárias aumento a cobrança dos brasileiros. “Ao ouvirem falar de experiências bem-sucedidas no exterior, a exigência também muda para o Brasil. Começam a ser feitas comparações”, diz.

Confira os dez principais problemas que afetam os empresários brasileiros que usam os portos para importar e exportar.

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