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Brasil lança ofensiva para esclarecer caso atípico de vaca louca

Depois que o Japão suspendeu as compras de carne bovina brasileira, a Rússia considera a possibilidade de fazer o mesmo

Por Da Redação
10 dez 2012, 21h15

O Brasil está lançando uma ofensiva diplomática com o objetivo de defender sua indústria de carnes e esclarecer detalhes sobre um “caso atípico” do mal da vaca louca que levou a Rússia, seu maior importador, a considerar restrições às importações. A decisão acontece logo após o Japão suspender neste domingo as compras de carne bovina brasileira.

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A discussão surgiu depois de um teste realizado em uma vaca de treze anos ter mostrado resultado positivo para o agente causador da doença, uma proteína chamada príon, que pode ocorrer espontaneamente em bovinos mais velhos. O animal, mantido para fins de procriação, morreu de outras causas em 2010 e nunca desenvolveu a doença, tecnicamente conhecida como Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB).

Nesta condição, que foi confirmada na semana passada após testes realizados pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês), os animais são classificados como tendo “EBB atípica”, o que pode ou não causar a doença, afirmam as autoridades agrícolas brasileiras.

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“Todo o governo está mobilizado para fornecer amplas explicações sobre o ocorrido, para que não haja dúvidas sobre a segurança do nosso sistema de saúde animal”, disse José Carlos Vaz, secretário-executivo do Ministério da Agricultura.

Maior comprador – Enquanto isso, a Rússia disse que está considerando suspender as importações de carne bovina do Brasil, devido a temores relacionados à EEB, afirmou nesta segunda o órgão de fiscalização de saúde animal e vegetal russo, Rosselkhoznadzor. “Estamos considerando”, disse Alexei Alekseenko, porta-voz do órgão em uma mensagem de texto, que evitou fazer qualquer comentário adicional.

O Brasil – o maior exportador global de carne bovina – forneceu 43% da carne importada pela Rússia de janeiro a setembro. O país é o principal importador de carne bovina brasileira, tendo comprado 230 mil toneladas de um total de 1,02 milhão de toneladas de carne exportadas entre janeiro e outubro de 2012, de acordo com os últimos dados publicados pelo Ministério da Agricultura do país. Uma suspensão da Rússia poderia afetar fortemente o setor no país.

Há uma década, um surto da doença da vaca louca na Europa, América do Norte e no Japão levou os importadores de carne bovina a embargarem as remessas do produto e geraram um caos temporário na indústria.

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Negociações – Segundo uma nota oficial da indústria brasileira, representada pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), o representante agrícola brasileiro em Tóquio reuniu-se com o Ministério da Saúde japonês munido de todas as informações necessárias para esclarecer quaisquer dúvidas e garantir que não há risco aos consumidores japoneses.

A Abiec afirmou ainda que “repudia o desrespeito às normas e procedimentos preconizados pela OIE que dão as garantias necessárias de sanidade às operações de comércio internacional”. E acrescentou: “A não observância das recomendações da OIE provoca distorções desnecessárias no mercado e são passíveis de contestação nos organismos internacionais competentes”, disse a associação.

Para Jerry O’Callaghan, diretor de Relações com Investidores do frigorífico JBS, maior produtor de carne bovina do mundo, houve um mal-entendido. “Parece que alguma coisa foi perdida na tradução. Nós não temos confirmação da doença”, disse ele.

(com agência Reuters)

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