Bolsas americanas caem ante incerteza sobre aprovação do acordo
Mercados mundiais operam instáveis no aguardo de uma decisão sobre o calote dos Estados Unidos
O acordo entre os partidos Republicano e Democrata em torno do plano austeridade fiscal que resultará no aumento do teto da dívida teve efeito direto – e positivo – sobre os mercados asiáticos e europeus. No entanto, nos Estados Unidos, os indicadores não seguiam a mesma tendência na manhã desta segunda-feira. Apesar de terem iniciado o pregão em alta, os índices Dow Jones, Nasdaq e S&P 500 marcavam, respectivamente, perdas de 0,48%, 0,40% e 0,63% às 11h00. Na BM&FBovespa, o índice Ibovespa recuava 0,22% no início do pregão.
O caminho das bolsas reflete as incertezas em torno da aprovação do acordo no Senado americano, cuja votação será ainda nesta semana. O novo plano proposto e acordado entre governo e oposição ainda deverá passar pelo crivo do Congresso americano – que tem o poder de vetá-lo. Tal situação impediria o país de cumprir os compromissos de pagamento de juros de sua dívida – o chamado calote. O fato também acarretaria a redução da nota de risco da dívida dos Estados Unidos junto às agências de rating Moody’s, Standard&Poor’s e Fitch. Atualmente, os Estados Unidos contam com a nota máxima: um AAA.
No entanto, segundo analistas, o país ainda corre o risco de rebaixamento, mesmo se um novo plano que aumente o teto da dívida seja aprovado. Há a possibilidade de as agências considerarem que o plano não vai suficientemente longe para aliviar os desafios fiscais de longo prazo que o governo enfrenta.
Dados os processos políticos envolvidos, as agências podem adiar a avaliação sobre os ratings dos Estados Unidos até depois do Dia de Ação de Graças, em novembro, para verificar as recomendações do comitê bipartidário especial que será criado de acordo com o plano anunciado neste domingo.