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Berlusconi vai à televisão para acalmar mercados

Em vista do risco de contágio da crise de dívida na economia local, o primeiro ministro pede colaboração e compreensão dos italianos

Por Da Redação
12 jul 2011, 19h33

O apelo do primeiro ministro teve o intuito de rebater as críticas ao seu governo na imprensa italiana e no mercado financeiro

O primeiro ministro italiano, Silvio Berlusconi, discursou nesta terça-feira em rede nacional na tentativa de acalmar os investidores, temerosos de que a crise da dívida europeia aporte na economia local. O político pediu “unidade nacional” e avisou que será preciso fazer sacrifícios para cortar gastos e reduzir a dívida. As informações são do jornal britânico Financial Times. Mais cedo, opresidente do Senado italiano, Renato Schifani, afirmou que deve antecipar em uma semana a votação de um plano de austeridade de 40 bilhões de euros que promete solucionar os problemas fiscais do país. Com o adiantamento, o projeto deve ir a plenário ainda nesta quinta-feira.

“Estamos na linha de frente desta batalha”, disse Berlusconi em referência à crise do euro. O apelo do primeiro ministro teve o intuito de rebater as críticas a seu governo na imprensa local e nos mercados, especialmente após desentendimentos com o ministro das Finanças, Giulio Tremonti. Para jornalistas e economistas italianos, Berlusconi passa mais tempo preocupando-se com seu império das comunicações do que com as questões financeiras do país.

Em seu discurso, Berlusconi destacou que acredita que o pacote de 40 bilhões de euros que está para ser liberado equilibraria o déficit italiano até 2014 – conforme planejamento do próprio ministro Tremonti, com quem se desentendeu por supostamente propor um plano que desagradaria a população.

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Líderes da oposição comprometeram-se a cooperar para aprovar as medidas de austeridade econômica para os próximos três anos em tempo recorde. Conta a favor do primeiro-ministro o fato de o Tesouro italiano ter conseguido vender títulos da dívida nesta terça-feira, levantando aos cofres públicos 6,7 bilhões de euros.

Fechamento dos mercados – Depois de uma manhã conturbada, ainda carregando resquícios da segunda-feira, os mercados fecharam esta terça-feira um pouco mais calmos. A bolsa italiana conseguiu retomar as perdas e fechar com alta de 1,18%, a de Madri registrou uma queda de 0,69% – bem menor que os quase 4% do começo do dia – e a bolsa de Frankfurt fechou aos 7.171 pontos, acima da mínima de 6.996 às 10h. A pressão sobre as dívidas soberanas italiana e espanhola também diminuiu ao fim do dia.

A flutuação dos mercados se deve vários fatores. No fim do dia, a agência de classificação de risco Moody’s divulgou que rebaixou o rating da dívida soberana da Irlanda de Baa3 para Ba1, colocando o país no território dos investimentos especulativos. A perspectiva para o rating é negativa e fez com que o país perdesse o status de grau de investimento estabelecido pela agência.

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Durante a tarde, o Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu a rápida implementação das medidas prometidas pelos líderes europeus em reunião nesta segunda-feira. Os ministros do bloco prometeram reforçar a capacidade de seu fundo de emergência financeira, atualmente dotado de uma capacidade efetiva de empréstimos de 440 bilhões de euros. Também consideraram a possibilidade de dar mais tempo aos países auxiliados por seus sócios europeus para reembolsar os empréstimos e reduzir as taxas de juros que são aplicadas a esses créditos.

O FMI também declarou que não está preparado para discutir um segundo empréstimo à Grécia. A afirmação foi feita logo após o ministro das Finanças holandês declarar que a zona do euro já não descarta o calote grego.

O reconhecimento de que a moratória da dívida grega pode ser necessária para interromper o contágio da Itália e da Espanha, que também entraram na berlinda nesta segunda-feira, motivou os líderes europeus a anunciarem nesta manhã uma possível reunião extraordinária na sexta-feira em Bruxelas.

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