BCE só intervirá no mercado de dívida de forma paralela a fundos
Instituição não atuará sozinha na ajuda aos países em crise da zona do euro
O Banco Central Europeu (BCE) só atuará no mercado da dívida de forma paralela aos fundos de resgate, declarou nesta segunda-feira Jorg Asmussen, membro da direção do órgão. “O BCE precisa ter total independência”, afirmou em discurso em Hamburgo.
Asmussen declarou que o BCE atuará somente de forma paralela com o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) ou com seu sucessor, o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). Também reiterou que, nesse caso, os governos devem realizar, de forma oficial, um pedido de ajuda e cumprir certas condições de política financeira.
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O pronunciamento de Asmussen veio como resposta à crítica feita no início de agosto pelo presidente do Banco Central Alemão, o Bundesbank, Jens Weidmann. Na ocasião, o presidente do BCE, Mario Draghi, deu a entender que estaria disposto a atuar para aplacar as tensões na zona euro e que seria possível comprar papéis da dívida dos países em crise. Intransigente quanto à adoção de medidas extraordinárias frente à crise, o Bundesbank atacou a posição do BCE.
Em entrevista à revista alemã Spiegel, publicada nesta segunda-feira, o presidente do Banco Central Alemão considerou que a compra de títulos da dívida dos países em crise na zona do euro por parte do BCE se “assemelha ao financiamento dos Estados através de uma máquina de fabricar dinheiro” e a comparou, inclusive, com uma droga que pode se tornar um vício. Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, fará seu próximo pronunciamento em 6 de setembro.
(com Agence France Presse)