Após seis semanas de alta, dólar termina em baixa
Cotação da moeda caiu 1,42% nesta sexta e 0,75% na semana; nas seis semanas anteriores, avanço acumulado foi de 14,14%
O dólar fechou com baixa mais de 1% nesta sexta-feira e interrompeu seis semanas consecutivas de alta. A queda foi motivada por dados fracos sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, que alimentaram expectativas de que os juros americanos sejam elevados só em 2016. No fim da sessão, o dólar recuou 1,42%, a 3,94 reais na venda. Na semana, a divisa acumulou queda de 0,75%, após avançar 14,14% nas seis semanas anteriores.
Dados desta sexta do relatório de empregos nos EUA fizeram a moeda perder força. Isso porque os números foram piores que o esperado, reduzindo as chances de alta de juros nos EUA no fim de outubro. A economia americana criou 142 mil vagas de emprego em setembro – a previsão era de 200 mil. A criação de vagas em agosto foi revisada de 173 mil para 136 mil, enquanto a de julho passou de 245 mil para 223 mil.
No âmbito doméstico, o destaque foi o anúncio dos detalhes da reforma administrativa feita pela presidente Dilma Rousseff – uma espécie de “pacote político” para recuperar o apoio da base aliada e a confiança dos agentes econômicos. Dilma cortou oito ministérios, acabou com 30 secretarias das pastas remanescentes, fechou 3 mil cargos na máquina pública e reduziu em 10% os salários dos ministros. Dilma também passará a ganhar 10% menos. Entre os ministérios remanescentes, sete foram para as mãos do PMDB. E Aloizio Mercadante foi deslocado da Casa Civil – onde tinha influência na política econômica – para a Educação.
As mudanças, na visão do mercado financeiro, podem ajudar a recuperar a governabilidade e fizeram com que o dólar se mantivesse no terreno negativo. Além disso, o aumento do cerco em torno do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, com os indícios de que ele possui recursos na Suíça, levaram os investidores a enxergar vantagens políticas para a presidente. Cunha, aliás, não se pronunciou diretamente sobre a acusação de que ele e familiares teriam contas na Suíça.
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(Com agências)