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Alta salarial e desapropriação de empresa marcam Dia do Trabalho na A. Latina

Por Da Redação
1 Maio 2012, 20h58

Bogotá, 1 mai (EFE).- A melhora nas condições trabalhistas de venezuelanos e peruanos após o anúncio de seus governos de aumentar o salário mínimo e a desapropriação de uma filial boliviana da Rede Elétrica Espanhola (REE) marcaram nesta terça-feira o Dia do Trabalho na América Latina.

Em Cuba, onde realiza um novo ciclo de radioterapia contra seu câncer, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, exaltou a classe operária de seu país que amanheceu com a promulgação da Lei Orgânica do Trabalho (LOT) que, segundo sua opinião, contém ‘grandes conquistas’ para os trabalhadores.

A nova normativa estabelece, entre outros aspectos, que a jornada de trabalho ‘seja reduzida para 40 horas diurnas’ semanais frente às 44 atuais, ‘com a obrigação e o direito dos trabalhadores de dois dias contínuos de descanso’.

Neste dia 1º de Maio também entrou em vigor o primeiro lance do aumento do salário mínimo que passará do equivalente a US$ 360 para US$ 476, o que, segundo Chávez, coloca a Venezuela ‘no primeiro lugar em salário mínimo na América Latina’.

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Uma medida similar foi anunciada nesta terça-feira pelo líder peruano, Ollanta Humala, que aprovou um aumento de 75 sóis (US$ 27,9) na remuneração mínima, que ascenderá ao equivalente a US$ 279,85.

Após a divulgação da notícia, o secretário-geral da Confederação Geral de Trabalhadores do Peru, Mario Huamán, se mostrou satisfeito já que a iniciativa beneficiará mais de dois milhões de pessoas.

À ‘celebração’ se uniu o presidente boliviano Evo Morales, que informou a desapropriação das ações da Rede Elétrica Espanhola da empresa Transportadora de Eletricidade (TDE).

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‘Como justa homenagem aos trabalhadores e ao povo boliviano que lutou pela recuperação dos recursos naturais e dos serviços básicos, nacionalizamos a Transportadora de Eletricidade’ (TDE), disse Morales em um ato pelo Dia do Trabalho no Palácio do Governo de La Paz.

Por sua vez, Cuba lembrou a data com seus frequentes desfiles maciços, cuja principal novidade foi a participação de membros do emergente setor privado da ilha em um dia dedicado a reafirmar a unidade em torno da chamada ‘atualização’ do modelo econômico.

O presidente Raúl Castro liderou o ato principal, mas foi Salvador Valdés, secretário-geral da Central de Trabalhadores de Cuba quem pronunciou o discurso mais importante, focado em ‘reafirmar’ o compromisso com o plano de reformas econômicas empreendidas no país para aperfeiçoar seu socialismo.

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No entanto, nem tudo foi festa, já que, como é tradicional, as ruas das principais cidades latino-americanas foram palco de numerosas manifestações contra os governos e suas políticas econômicas.

Os ânimos se exaltaram em Santiago do Chile, onde duas centenas de pessoas mascaradas atacaram com pedras e garrafas a polícia, a imprensa e manifestantes, deixando um saldo de seis policiais feridos e mais de 20 civis detidos.

Enquanto se registravam as desordens, Arturo Martínez, presidente da Central Unitária de Trabalhadores, pronunciou um discurso perante 100 mil chilenos para exigir ‘um salário mínimo de verdade, que deve chegar este ano aos 250 mil pesos (US$ 520)’, ao qual a ministra do Trabalho, Evelyn Matthei, respondeu não ser possível porque afetaria o emprego.

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Em Bogotá pelo menos 64 pessoas foram detidas por levar artefatos que podiam alterar a normalidade da comemoração durante a qual o presidente Juan Manuel Santos lamentou o assassinato de sindicalistas.

O presidente da Central Unitária de Trabalhadores Colombianos, Tarsicio Mora, detalhou que em 2012 morreram sete membros do coletivo e três mil nos últimos 15 anos, e por isso é importante que o mundo entenda que ‘a Colômbia é o país mais perigoso para exercer a atividade sindical’.

No México, dezenas de milhares de pessoas protestaram contra diversas políticas em uma jornada ofuscada pela decisão de algumas das principais centrais operárias de boicotar as mobilizações em vários estados por causa da insegurança.

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Enquanto isso, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, pediu a defesa de tudo que já foi conquistado em matéria trabalhista ‘com unhas e dentes’ e indicou que seu governo trabalha ‘por um modelo de acumulação que articula capital e trabalho e que dá ao trabalho o protagonismo para a recuperação’ do país.

Já as centrais operárias paraguaias reprovaram a lei da micro, pequena e média empresa porque é, segundo sua opinião, ‘uma manobra político-empresarial que denigre o trabalho humano’.

Por outro lado, seus colegas uruguaios reconheceram os sucessos colhidos pelos últimos governos e pediram a ampliação da reforma tributária para redistribuir a riqueza.

No Equador, dirigentes indígenas e outros setores sociais e políticos de esquerda opostos ao governo criticaram o presidente Rafael Correa pelas demissões no setor público e por sua política energética.

Em ato oficial, Correa convidou os sindicalistas opositores a ‘conversar’ e justificou as demissões ao qualificar a medida como ‘dolorosa’, mas ‘necessária’ para ‘defender o bem comum’ e melhorar os serviços oferecidos pelo Estado.

Finalmente, em São Paulo, milhares de pessoas participaram da festa pelo Dia do Trabalho, organizada por diversas centrais sindicais e que teve a presença de alguns políticos, entre eles, o novo ministro do Trabalho, Brizola Neto, anunciado ontem pelo governo.

‘Na relação entre o capital e o trabalho, o Ministério tem um lado que é a proteção do regime de direitos e garantias do trabalhador’, afirmou Brizola segundo a ‘Agência Brasil’. EFE

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