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XP Investimentos acelera para lançar cartões de crédito e balançar o setor

Empresa que abriu capital da Nasdaq montou time de desenvolvimento do produto e dá primeiro passo para se tornar um banco digital

Por Larissa Quintino 12 fev 2020, 13h50

A XP Investimentos está dando os primeiros passos para se lançar no universo dos bancos digitais. Num primeiro momento, a companhia está focada no lançamento de um cartão de crédito. A corretora, que já conta até com um time de desenvolvedores focados em desenvolver as aplicações tecnológicas para celulares, espera que o produto seja lançado ainda este ano. Assim, ela repete a estratégia de outras startups do ramo financeiro, as chamadas fintechs, que apostaram no lançamento de um cartão antes de se estabelecerem como bancos múltiplos. Aliás, isso, também está no horizonte do grupo comandado por Guilherme Benchimol.

O incentivo à criação de bancos digitais é uma das principais linhas de atuação do Banco Central (BC) para estimular a concorrência no concentro mercado bancário brasileiro. Em 2019, as taxas de juros de cartões de crédito ficaram acima de 300% — apesar da queda brutal da taxa básica de juros (Selic), que encerrou o ano em 4,5%. Em fevereiro, ela caiu ainda mais um pouco, para 4,25%. Contudo, os bancos não têm contemplado os cartões com reduções no mesmo ritmo.

Em outubro do ano passado, o Banco Central (BC) concedeu autorização de funcionamento para o Banco XP, um banco múltiplo com carteiras comerciais e de investimento. A liberação do funcionamento dependia do cumprimento de outras exigências regulatórias, como a constituição da empresa, implementação da estrutura operação e eleição de dirigentes.

Até o momento, poucos grupos financeiros de peso entraram de cabeça no ramo das fintechs. O Bradesco lançou o banco Next, mas que é apenas um espelho com serviços mais baratos do que a matriz. As taxas de juros são praticamente idênticas às praticadas pelo banco privado mais antigo do país. Assim, a expectativa é que o Grupo XP possa, de fato, abalar as estruturas do mercado. O investimento na nova área ocorre após a oferta pública inicial (IPO) na bolsa americana Nasdaq, em dezembro do ano passado. A IPO movimentou 2,25 bilhões de dólares e reforçou o caixa da empresa. Atualmente, o grupo XP tem oito empresas diferentes, entre elas, seis empresas de investimentos, uma de educação financeira e uma corretora de seguros.

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Com dinheiro no bolso e fôlego para tomar mercado, grandes instituições financeiras já estão de olho nos movimentos do grupo de Benchimol. A estratégia para se lançar como banco digital é semelhante ao que ocorreu com o Nubank, fintech brasileira que vale mais de um bilhão de dólares e um dos bancos digitais mais bem sucedidos do mundo. A empresa entrou no mercado em 2016 com o cartão de crédito e, posteriormente lançou a conta digital. Em janeiro, a empresa anunciou que atingiu a marca de 20 milhões de clientes, sendo que 12 milhões detêm o cartão. Porém, diferentemente do que faz a XP, o Nubank valeu-se de aportes de investidores para crescer.

A fintech do cartão roxo ganhou mercado aliando uma estratégia agressiva de marketing e de transformação digital. Porém, esse momento passou. Nenhum novo entrante neste mercado ganhará clientes apenas com a digitalização da experiência de uso do crédito — algo que os concorrentes Banco Inter e C6 ainda conseguiram aproveitar. A guerra se dará nos juros cobrados dos clientes, algo que só o Grupo XP, avaliado em quase 100 bilhões de reais, tem condição de oferecer.

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