A Bolsa de Nova York fechou com fortes perdas nesta segunda-feira, derrubada pela persistente crise da dívida na Europa, depois que Chipre pediu um resgate à zona do euro, nos dias anteriores a uma cúpula-chave para a união monetária: o Dow Jones cedeu 1,09%, e o Nasdaq, 1,95%.
Segundo dados definitivos de fechamento, o Dow Jones Industrial Average retrocedeu 138,12 pontos a 12.502,66 unidades, e a tecnológica Nasdaq 56,26 pontos, a 2.836,16.
O índice ampliado Standard & Poor’s 500 perdeu 1,60% (21,30 pontos) a 1.313,72.
“Damos voltas em círculos”, disse Gregori Volokhine, da Meeschaert New York. “Os investidores tentam ao máximo reduzir a exposição de seus portfolios ao risco”, completou.
A bolsa de Nova York “teme que a cúpula (europeia de quinta e sexta-feira) não atinja resultados”, destacou.
Os índices nova-iorquinos “acompanham os mercados europeus para baixo” e “a incerteza dos investidores se viu reforçada pelo pedido formal de ajuda financeira (para seus bancos) enviado pela Espanha”, explicaram os analistas da Wells Fargo.
Madri publicou nesta segunda-feira sua carta oficial do pedido de ajuda à zona do euro, apesar de não ter dado detalhes do plano, que serão revelados em 9 de julho.
O governo espanhol anunciou nesta quinta-feira que seus bancos precisarão de cerca de 62 bilhões de euros, segundo os resultados de uma auditoria independente, enquanto a zona do euro propôs um teto de 100 bilhões de euros.
Mas a impaciência é “grande” fora da zona do euro. Os mercados “esperam com ansiedade soluções concretas por parte dos líderes da zona do euro” durante a cúpula, disse Dick Green, do site de análises financeiras Briefing.com.
E a crise continua: a República do Chipre apresentou oficialmente um pedido de ajuda financeira à zona do euro para seu sistema bancário.
Além disso, os investidores americanos acompanham com temor “a enorme desaceleração na China”, um dos motores da economia mundial, cujas estatísticas “provocam suor frio”, disse Mace Blicksilver, da Marblehead Assets Management.
O mercado de títulos, no entanto, fechou em alta. O rendimento dos papéis de 10 anos do Tesouro caíram para 1,608% contra 1,672% na sexta-feira, e os papéis de 30 anos ficaram em 2,682% contra 2,756%. O rendimento dos títulos evoluem no sentido oposto a seu preço.