Vendas no varejo têm crescimento nulo em outubro
Estagnado, comércio interrompe uma seqüência de 20 meses de resultados positivos
As vendas no comércio varejista ficaram estagnadas em outubro, na comparação com setembro, de acordo com dados divulgados nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a outubro de 2010, o volume de vendas avançou 4,3%, enquanto no acumulado de 2011, o crescimento é de 6,7%.
Na comparação mensal, apenas quatro atividades do comércio tiveram variações positivas, enquanto seis recuaram. As vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos pressionaram o resultado nulo e recuaram 1,8% no período; e o volume de vendas de tecidos, vestuário e calçados caiu 1% e o de hipermercados, bebidas e fumo, 0,2%. Entre as principais altas estão as atividades de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,6%); livros, jornais, revistas e papelaria (2,7%) e móveis e eletrodomésticos (1%).
Em relação a outubro de 2010, o volume de vendas de móveis e eletrodomésticos proporcionou o maior impacto na formação da taxa do varejo (54%), com alta de 13,3%. Segundo o IBGE, o resultado é atribuído à manutenção do crédito, à redução de preços dos eletroeletrônicos (-5,2%) no subgrupo aparelhos eletroeletrônicos do IPCA), e à trajetória positiva da massa de rendimentos real habitual dos assalariados. O segmento cresceu 17,3% no acumulado dos dez primeiros meses do ano e 17,7% nos últimos 12 meses. Também na comparação anual, o segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, teve variação de 2,3% no volume de vendas e foi responsável pela segunda maior contribuição à taxa global do varejo (25%).
Varejo ampliado – O comércio varejista ampliado (que inclui materiais para construção e veículos) teve queda de 0,4% no volume de vendas em outubro, em relação a setembro. Em receita nominal, o recuo foi de 0,6%. Comparado com o mesmo mês do ano anterior (sem ajuste sazonal), as variações foram de 1,6% para o volume de vendas e de 4,6% para a receita nominal. No acumulado do ano e dos últimos 12 meses, o setor cresceu 7,3% e 8,8% em volume de vendas. Apesar da alta expressiva na comparação anual, a variação para o período registrada em 2010 ultrapassava os 10%.
A atividade de veículos, motos, partes e peças registrou queda de 4% em relação a outubro de 2010, sendo uma das principais causas da queda do índice. A variação mostra a redução do ritmo da atividade econômica e desaceleração do consumo de bens duráveis. Segundo o IBGE, medidas tributárias específicas voltadas para o setor, como o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os veículos importados, também fizeram com que as vendas recuassem. No acumulando do ano e dos últimos doze meses variações foram da ordem de 8% e 11,1%, respectivamente.
Quanto a material de construção, as variações foram de 6,8% em relação a outubro de 2010, de 9,9% no acumulado do ano e de 10,9% nos últimos 12 meses.