Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

União Europeia deve investigar acordo entre Boeing e Embraer

Entidade vai apurar, em até cinco meses, se a fusão é ou não irregular do ponto de vista da competitividade

Por da Redação
Atualizado em 24 set 2019, 08h37 - Publicado em 23 set 2019, 12h17

A Boeing deve enfrentar uma investigação antitruste da União Europeia (UE) sobre a compra do controle da divisão comercial da Embraer.  A informação é creditada a fontes do setor e foi divulgada pela Reuters nesta segunda-feira, 23. 

O acordo, que marca a maior mudança no setor aeroespacial comercial em décadas, reformularia o mercado global dos jatos de passageiros e reforçaria as companhias ocidentais contra os grupos recém-chegados da China, Rússia e Japão. Isso daria à Boeing uma posição no mercado de aviões com preços menores, permitindo competir melhor com os jatos CSeries projetados pela Bombardier do Canadá e apoiados pela rival europeia Airbus SE.

A Comissão Europeia estabeleceu o prazo de 4 de outubro para sua análise preliminar do acordo. Quando finalizada, terá início uma investigação em grande escala, o que pode levar até cinco meses. A medida aumenta a pressão sobre a Boeing para oferecer concessões para tratar de questões de concorrência. Recentemente, a comissão questionou fornecedores e rivais sobre o negócio, indicando preocupações com a concentração no mercado. Segundo uma fonte com conhecimento direto do acordo, os questionamentos envolveram o impacto do número reduzido de empresas, de sete para seis e de três para dois em vários segmentos.

Analistas de aviação dizem que há sobreposição limitada no número de assentos entre a família 737 da Boeing e os jatos E2 da Embraer, que são menores. Há um pouco mais de sobreposição entre o portfólio da Airbus e o programa CSeries da Bombardier, que a fabricante de aviões europeia comprou no ano passado, acrescentam.

Em nota, a a Embraer informou que está atuando em conjunto com a Boeing e autoridades regulatórias em todas as jurisdições relevantes para a conclusão da parceria estratégica.

Longa negociação

O anúncio das negociações entre as duas gigantes da aviação comercial, há mais pouco mais de um ano, em dezembro de 2017, causou protestos e preocupação entre sindicatos de trabalhadores da Embraer e políticos de bandeira nacionalista, por causa do temor de que todas as instalações da empresa com sede em São José dos Campos fossem fechadas e transferidas para os Estados Unidos.

Continua após a publicidade

Juízes de primeira instância também tentaram barrar o negócio acertado entre duas companhias privadas, mas sem sucesso. No fim, as negociações avançaram e foi acertada a permanência no país das operações já existentes, tanto de pesquisa como de produção. O tema foi debatido também na campanha eleitoral. Depois de eleito, Bolsonaro deu declarações contraditórias, ora sinalizando que poderia pedir a revisão dos termos do acordo, ora dizendo que aprovaria sem restrições.

A Boeing é a líder no segmento de aeronaves de médio e grande portes e longo alcance, ou seja, a partir de 150 passageiros. Já a Em­braer domina o mercado de aviões comerciais de pequeno porte, com até 120 passageiros. Dessa complementaridade decorrem argumentos a favor da combinação: ambas terão maior poder de negociação para a venda de suas aeronaves para as companhias aéreas e para a compra de componentes de fornecedores globais. Haverá ainda sinergias na área de pesquisa. 

(Com Reuters)

Continua após a publicidade

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.