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Um ano depois, Serviços revertem perdas e superam nível pré-pandemia

Atividades cresceram 3,7% em fevereiro em relação a janeiro; dados, porém, ainda não captam o endurecimento das restrições com a nova onda de casos no país

Por Larissa Quintino Atualizado em 16 abr 2021, 15h53 - Publicado em 15 abr 2021, 09h31

Último setor a reagir em 2020, os Serviços mostram trajetória ascendente e, um ano depois, superaram o patamar pré-pandemia. Com o crescimento de 3,7% na passagem de janeiro para fevereiro, o setor acumula crescimento de 24% nos últimos nove meses, ante 18% de perdas registradas entre março e maio, quando a Covid-19 atingiu mais fortemente as atividades. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 15, pelo IBGE.

Cabe ressaltar que os números são anteriores ao endurecimento de medidas de combate à pandemia a partir de março. Ao fim de fevereiro, governadores e prefeitos de diversas partes do país restringiram o funcionamento de atividades não essenciais, afetando principalmente o comércio e os serviços que exigem atendimento ao público, como forma de conter a propagação do vírus.

Em fevereiro, o IBGE ressalta que a principal contribuição foi em transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (4,4%), que acumulou ganho de 8,7% nos dois primeiros meses do ano e agora supera em 2,8% o patamar de fevereiro do ano passado. A expansão está relacionada à mudança de hábitos na pandemia, quando o consumo passou a ser feito mais de forma remota, demandando aumento no serviços de logística.

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“Nesse segmento, vêm se destacando as empresas que prestam serviço de logística, que já vinha tendo alta expressiva por conta do aumento das exportações de petróleo e do agronegócio e, durante a pandemia, houve uma grande escalada de demanda, devido ao crescimento das vendas no comércio online. Assim, o segmento de armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio (4,4%) cresceu de forma significativa desde junho de 2020 e neste mês de fevereiro atingiu seu ponto mais alto da série (iniciada em janeiro de 2011)”, analisa o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

Ele ressalta que, ainda dentro dessa atividade, o transporte terrestre (5,5%) vem também seguindo trajetória ascendente importante, principalmente devido ao aumento da demanda pelo transporte rodoviário de cargas. Além disso, nos serviços de informação e comunicação (0,1%), o segmento de tecnologia da informação (1,7%) foi outro que passou a ter grande destaque durante a pandemia e, em fevereiro de 2021, atingiu o mais alto patamar na série histórica do IBGE.

Já os serviços prestados às famílias (8,8%), que incluem segmentos como restaurantes e hotéis, tiveram a maior alta do mês, mas isso se deve muito ao fato de à base de comparação estar baixa. “Sendo uma das atividades mais afetadas pelas restrições impostas por estados e municípios para enfrentamento da pandemia, serviços prestados às famílias tiveram perdas significativas entre março e maio e ainda oscilam muito, conforme as medidas de isolamento social são relaxadas ou enrijecidas. Os dois meses anteriores foram de queda e, portanto, há um longo caminho a percorrer para a recuperação, estando ainda 23,7% abaixo do nível de fevereiro de 2020”, esclarece Lobo.

Na mesma linha, o índice de atividades turísticas apontou expansão de 2,4% na passagem de janeiro para fevereiro, registrando a segunda taxa positiva seguida, após variação negativa (-0,1%) em dezembro de 2020. Mas também tem ainda muita estrada pela frente: mesmo tendo avançado 127,5% entre maio de 2020 e fevereiro de 2021, ainda precisa crescer 39,2% para retornar ao patamar de fevereiro de 2020.

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Regionalmente, 7 dos 12 locais pesquisados acompanharam este movimento de expansão do turismo. O destaque positivo ficou com São Paulo (3,4%), seguido por Minas Gerais (6,8%), Goiás (9,1%) e Pernambuco (4,9%). Por outro lado, o Distrito Federal (-8,2%) e a Bahia (-2,8%) tiveram as retrações mais relevantes.

Um ano depois

Apesar de ter revertido as perdas, na comparação com fevereiro passado — sem levar em conta o acumulado — os índices se mantêm negativos. O volume do setor de serviços recuou 2% e o volume de atividades turísticas no Brasil, 31,1%, ambos registrando a décima segunda taxa negativa seguida.

No primeiro bimestre do ano, o setor de serviços apresentou retração de 3,5% frente ao mesmo período de 2020, com quatro das cinco atividades pesquisadas apontando taxas negativas. Entre os setores, os serviços prestados às famílias (-28,1%) exerceram a influência negativa mais importante sobre o volume total de serviços, nessa comparação.

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