UE e FMI pressionam Grécia por reformas antes de resgate
Cortes no orçamento e reformas de austeridade são as medidas cobradas pelo grupo composto pela UE, FMI e BCE, também conhecido como Troika
A União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) querem a aprovação nos cortes no orçamento e implementação de uma série de reformas de austeridade a longo prazo por parte da Grécia. Essas requisições estão no documento produzido pela UE, FMI e Banco Central Europeu – grupo conhecido como Troika – redigido nesta semana, e as medidas devem ser postas em práticas antes dos gregos decidirem sobre o novo resgate que o país precisa para evitar uma quebra.
No topo da lista das cobranças, está a aprovação de um orçamento suplementar com mais cortes para atingir a meta fiscal em 2012. A Troika sugere grandes cortes de gastos nos departamentos de Defesa e Saúde, assim como em redundantes entidades estatais, mas não especifica a quantidade necessária.
A UE e o FMI também estão pressionando a Grécia a adotar uma reforma já atrasada de pensões suplementares, de forma a garantir um plano para repor apenas 1 em cada 5 funcionários públicos que deixarem a força de trabalho. Além disso, eles querem que a Grécia finalize a abertura de muitas profissões fechadas, como advogados e farmacêuticos.
Eles pedem ainda que o Banco da Grécia complete sua avaliação sobre o rombo de capital nos bancos do país e esperam que o governo implemente uma legislação para melhorar a flexibilidade salarial e liberar mais os mercados de produtos e serviços, diz o documento. Ainda segundo o documento, a lista de medidas não é final e pode ser modificada após as discussões com as autoridades da Grécia.
Governo confirma calote se não houver empréstimo – O porta-voz do governo Pantelis Kapsis disse que o governo tentará negociar alguns dos pontos citados na lista, mas repetiu que Atenas precisa do empréstimo do resgate para continuar solvente. Questionado se a Grécia daria calote sem a ajuda, ele disse: “É óbvio, se nós não conseguirmos o empréstimo, como vamos encontrar dinheiro?”
No entanto, o porta-voz acrescentou: “Isso não é o que aprovaremos definitivamente, precisamos manter isso em mente. Trata-se de uma lista da Troika que dá abertura para todas essas questões”, disse.
(Com Reuters)