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Turbulência política faz dólar fechar a R$ 3,29

Investidores reagiram mal à fala da presidente Dilma de que não será feita uma reforma ministerial. Demissão de Cid Gomes do Ministério da Educação também pesou

Por Da Redação
19 mar 2015, 17h34

O dólar terminou esta quinta-feira em alta de 2,56%, a 3,2965 reais na venda, maior nível de fechamento desde 1º de maio de 2003, quando atingiu a 3,315 reais na venda. Na máxima da sessão, o dólar atingiu 3,3084 reais, maior nível também desde 1º de maio de 2003, após a presidente Dilma Rousseff negar que realizará uma reforma ministerial. Segundo dados da BM&FBovespa, o giro financeiro ficou em torno de 1,3 bilhão de dólares.

A declaração da presidente frustrou a expectativa de que mudanças no Executivo poderiam atenuar a rebeldia no Congresso. O mercado também reagiu à demissão de Cid Gomes do Ministério da Educação nesta quarta-feira. A decisão de Cid foi tomada depois de uma sessão tumultuada na Câmara dos Deputados em que houve bate boca entre congressistas e o ex-ministro. “O mercado reage à Dilma agora da mesma forma que parte da população se manifesta, com panelaço, quando ela começa a falar”, comparou o operador Ovídio Pinho Soares, da corretora Icap do Brasil.

O fato é um ingrediente adicional que tensiona a já complicada relação do governo com a base aliada, o que pode dificultar o andamento do ajuste fiscal. “O custo político de fazer o ajuste está cada vez mais alto e o mercado não gosta disso”, disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.

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No radar dos investidores estiveve o encontro do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, com representantes da Fitch, que estiveram nesta quarta-feira com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Embora nos mercados haja o temor de que um rebaixamento da nota de crédito do país esteja próximo, o governo estaria mais confiante agora de que conseguirá convencer a agência de que conduzirá o ajuste fiscal necessário e cumprirá a meta de superávit primário de 1,2% para este ano.

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A divisa havia fechado em queda na quarta pelo terceiro dia seguido reagindo ao tom de cautela adotado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em seu comunicado de política monetária. “O rali de moedas emergentes após a conclusão da reunião do Fed de ontem se provou pouco duradouro”, escreveram analistas da Capital Economics em nota a clientes. Nesta quinta, contudo, o dólar se valorizou em relação às demais moedas.

Outro fator de incerteza no mercado doméstico é a dúvida sobre o futuro do programa de atuações diárias do Banco Central, marcado para durar até o fim deste mês. Muitos operadores acreditam que o governo vem sinalizado que deixará de ofertar swaps cambiais diariamente, apesar da volatilidade recente. As operações de swap equivalem à venda de dólar no mercado futuro pelo BC. Na quarta-feira, Tombini disse que ainda não está definido se os leilões continuarão por mais tempo, o que adiciona mais instabilidade ao mercado de câmbio.

“Parece que as autoridades estão prontas para permitir que o programa termine, já que o plano anti-inflação agora depende mais da política de juros e de melhorar o resultado primário”, escreveram estrategistas do Bank of America Merrill Lynch em relatório.

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(Com agência Reuters)

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